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E Pluribus Unum

EDIÇÃO DE SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO 2024

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"Sou vidrado no Benfica"


Se a caminhada de Paulo Moreno como jogador de andebol do Benfica chegou ao fim, a ligação enquanto adepto, essa nunca terá um

ponto final. Depois de marcar toda uma era no andebol encarnado, com quase duas décadas de dedicação, o pivô cabo-verdiano segue, com ambição, para uma nova experiência na sua carreira, além-fronteiras.

O internacional, de 32 anos, formado no Clube e benfiquista desde que se lembra de ser gente ficará para sempre ligado à maior conquista dos encarnados e do andebol português, a EHF European League. Paulo Moreno despede-se "com um misto de emoções", depois de 476 jogos oficiais em 12 épocas na equipa principal, pela qual teve ainda a oportunidade de festejar 4 Supertaças e 2 Taças de Portugal.

À rubrica Zona Mística, o capitão encarnado fez um balanço sobre a trajetória no Pavilhão n.º 2 da Luz, explicou a decisão e agradeceu o apoio daqueles que são "a essência do Benfica", os adeptos.

Paulo Moreno Zona Mística"Enquanto adepto, sou do Benfica desde que me lembro. Mas, enquanto jogador, junto a paixão pelo andebol com a paixão pelo Clube"Paulo Moreno

MISTO DE EMOÇÕES

"Há um misto de emoções. Passei uma vida inteira aqui, custa-me muito desapegar deste ambiente, da minha casa, que é este pavilhão, do balneário e das pessoas que deixo aqui no Clube. Por outro lado, sei que vou experimentar algo em que tenho pensado de há um tempo para cá, que ambiciono. Sou competitivo, sou ambicioso, e gosto de pôr-me à prova. No final de contas, vem ao de cima o que mais pesa, que é eu ter 32 anos e ter passado 19 deles aqui." Benfiquismo sempre presente "Enquanto adepto, sou do Benfica desde que me lembro. Mas, enquanto jogador, junto a paixão pelo andebol com a paixão pelo Clube. Cheguei ao Benfica para experimentar o andebol, uma modalidade desconhecida para mim até então. Mas eu já era do Benfica. E disse sempre que, no dia em que saísse do Benfica, em que deixasse de jogar andebol no Benfica, continuaria a ser benfiquista. Enquanto adepto, é para sempre. Enquanto jogador, pode ser um até já, vamos ver. Cada um vive a sua paixão da sua forma. Eu tento viver os momentos ao máximo, e acho que transmito e mostro isso. Sou apaixonado por aquilo que faço, tento mostrar as minhas emoções ao má ximo, estou sempre ao rubro… O benfiquismo não se discute. Tu não podes dizer que és mais benfiquista do que eu porque és sócio há mais tempo, porque isso depende de ene fatores. Tu não podes dizer que és mais benfiquista do que eu porque vais a mais jogos, tu não podes dizer que és mais benfiquista porque és mais velho... Cada um vive da sua forma. Eu sou vidrado no Benfica, mesmo. Gosto muito, não só do futebol, mas de todas as modalidades. À medida que fui entrando na equipa sénior, fui vivendo cada vez mais isso. E, então, vivo muito o Benfica. Por isso, acho que sou o melhor adepto do Benfica."

UM ADEPTO MUITO ESPECIAL NO BENFICA

"Não querendo individualizar, mas individualizando, eu acho que tinha de dar uma palavra ao Zé Fardilha [n.d.r. um adepto e sócio do Benfica que marca presença constante nos pavilhões], claro, porque ele é especial. Aquele homem vive muito o Benfica. Eu disse agora, em forma de brincadeira, que sou o melhor adepto, porque tenho orgulho e gosto na paixão que tenho pelo Benfica, mas ele é doente no bom sentido. Ele tem um papel onde estão os jogos todos apontados. Sempre que pode, está a apoiar, quando as coisas correm bem e quando correm mal. O Benfica não dá para explicar. Nós vivemos muito o Clube. Quando as coisas correm bem, ótimo, mas quando as coisas correm mal, sabemos que podem ir por um caminho que não é bom. Eles [adeptos] nunca nos abandonaram. Estiveram sempre presentes, sempre a apoiar, sempre a dar uma palavra de força, de apreço. E isso é incrível. Não há nada que pague, e um 'obrigado' é muito pouco."

Paulo Moreno Zona Mística"Os adeptos estiveram sempre presentes, sempre a apoiar, sempre a dar uma palavra de força, de apreço. E isso é incrível. Não há nada que pague"PUKO, A ALCUNHA DADA PELO PAI

"Vem do meu herói, do meu pai. Foi ele que me deu essa alcunha desde que eu era miúdo, e decidi, a certa altura, mudar, para homenageá-lo. No meu bairro, toda a gente me conhece por Puko, ninguém me chama Paulo. Quando o bairro foi demolido, num projeto de reabilitação, muita gente passou a saber que eu era Paulo. E é por Puko que me tratam até hoje. O que foi crucial para adquirir este benfiquismo foi o meu bairro. Como a maioria dos bairros em Lisboa, 90 e tal por cento das pessoas eram do Benfica. Quando o Benfica jogava, os cafés pareciam um mini-estádio, toda a gente equipada. Comecei a ganhar esse bichinho e esse gosto. Foi o meu vizinho que me trouxe ao Estádio da Luz pela primeira vez. Foi já neste estádio, acho que contra o Paços de Ferreira, em que ganhámos com 5 ou 6 golos. E para mim foi incrível, na primeira experiência, festejar muitos golos. No final, o que conta para as crianças é isto: vir, vibrar, muitos golos, festejar… E cada vez mais, porque o estádio está com um ambiente cada vez melhor."

PALAVRAS ESPECIAIS DOS COLEGAS DE EQUIPA

"Muitos deles são como filhos para mim. É muito difícil [a saída], porque assumo muito esse meu papel de líder, não de capitão, mas de líder. Não vejo diferença entre mim e o Bélone [Moreira], como não via entre mim e o [João] Pais ou o Tiago Pereira. Porque sempre estive inserido no lote de capitães, mas para mim o importante é a liderança, e nem sempre o maior líder, ou um dos líderes, é o capitão. Então, assumo muito esse papel de líder, e eles reconhecem-me essa liderança, isso é muito importante. Recebi mensagens deles a dizer que não vai ser a mesma coisa sem mim, que vão ter muitas saudades minhas, que faço muita falta, e é duro, é muito duro. O Bélone é o meu companheiro de guerra, a pessoa que está há mais tempo comigo nesta luta. Todos gostam muito de mim, têm um carinho e amizade enormes por mim. Mesmo àqueles que chegaram neste ano, custou-lhes muito quando lhes contei. Lembro-me de, quando partilhei com a equipa que, à partida, não ia estar na próxima época, o Christopher [Hedberg], todo o santo dia, me chamar judas e traidor. Mas é brincadeira, claro, porque no último dia deu-me um abraço muito forte e sentido e disse-me que eu merecia tudo de bom nesta vida, porque sou incrível e que vou fazer muita falta, mas que ele está muito feliz por mim. Não há insubstituíveis, com isso concordo, e tenho isso bem assente na minha cabeça, não há mesmo. E digo sempre que quem me dera que eu saia do Benfica e, para o ano, o Benfica seja campeão. Sinceramente. Que depois digam que o problema era o Paulo Moreno. Lido bem com isso. Sei que vou fazer falta, mas os meus companheiros também me vão fazer muita falta. É muito difícil eu partir."

Paulo Moreno Zona MísticaBÉLONE MOREIRA, UMA LIGAÇÃO MUITO ESPECIAL"No último jogo, o Bélone disse-me coisas muito bonitas ao ouvido, que me marcaram, que me tocaram. Disse que teve muito orgulho em jogar comigo, em partilhar momentos comigo, que foi um dos melhores momentos que ele teve na vida, que eu sou uma pessoa incrível e que foi muito bom jogar com o melhor pivô. É a melhor ligação que tive em termos de jogo jogado. Sem dúvida nenhuma que foi a melhor ligação que tive."

A EXIGÊNCIA DE REPRESENTAR O CLUBE

"Estou no Benfica há 19 anos. Quando era mais jovem, não tinha esta responsabilidade e este peso que tenho agora. Eu lido bem com a pressão dos adeptos, mas ponho muita pressão em mim mesmo. De querer mais, de querer mais dentro do Benfica. E sofro muito com isso. Digo sempre que não há ninguém, com todo o respeito a toda a gente neste clube, que vibre mais do que eu quando ganhamos, pelo andebol, e que sofra mais do que eu também quando perdemos. Porque quero muito mesmo, por causa desta simbiose perfeita entre duas paixões, que são o Benfica e o andebol. Sofro muito com isso, e então coloco um peso enorme em cima de mim. Não quero estar ano após ano a dizer 'para o ano é que vai ser melhor'. Não gosto, nem é a minha forma de estar. É difícil para mim passar estes anos todos como sénior e não conseguir o grande objetivo para o Benfica, que é ser campeão, e ficar, ano após ano, longe disso, arredado cedo do título, de uma forma muito precoce. Isso dá-me cabo da cabeça. E, à medida que os anos vão passando, pior ainda."

Paulo Moreno Zona Mística"Sei que vou fazer falta, mas os meus companheiros também me vão fazer muita falta. É muito difícil eu partir"ADEPTOS, A ESSÊNCIA DO BENFICA

"A essência do Benfica são os adeptos. Lembro-me, desde sempre, de ver fotos, vídeos, jogos na televisão, e de como vibram com o Benfica, como sentem o Benfica. Ver pela primeira vez o Benfica ser campeão e ver aquelas imagens do Marquês [de Pombal] é incrível, incrível. E depois ir lá e ver aquilo… Não tenho palavras! Nós somos realmente muito especiais. Em relação ao andebol, custa-me muito porque eles [os adeptos] mereciam muito mais. E isso dói-me mesmo. É uma mágoa enorme que tenho. É das maiores mágoas que tenho dentro de mim e que irá para a vida. Tenho noção de que muita gente gostava de estar no meu lugar, de ser do Benfica e poder ter a hipótese de lutar pelas cores do Benfica com um manto sagrado vestido. O sucesso depende de muitos fatores, e nem sempre não se ganha porque não se quer. Porque, se fosse por querer, eu tinha muito mais títulos no Benfica, com toda a certeza. É muito injusto para eles não termos conseguido mais ao longo dos anos, mas também é muito ingrato para mim. Não me posso esquecer de mim também, porque tenho um benfiquismo muito especial. Tento sempre pôr a máxima paixão naquilo que faço, e é muito ingrato para mim, porque lutei muito, muito mesmo, nestes anos, para que o andebol do Benfica estivesse com uma vida diferente. Alguns jogadores que passaram por aqui diziam que eu era doente pelo Benfica. Mas eu não exijo, de forma alguma, que eles sejam do Benfica quando saírem aqui. Os jogadores que vêm para o Benfica saem daqui marcados. E sabem que o Benfica é especial, vão com isto no coração e nas memórias que levam. Agora, não posso pedir a nenhum atleta que seja do Benfica. É normal, não nasceram aqui, não viveram o Benfica, não sabem o que é a mística. Não posso exigir que sejam do Benfica, mas que deem a vida pelo Benfica e que deem a vida por este manto sagrado, isso tenho de exigir. A exigência no Benfica tem de ser ao mais alto nível. Porque nós estamos sempre ao mais alto nível. Então também temos de estar ao mais alto nível na exigência. Há muito poucos clubes no mundo com as condições do Benfica. Tenho atletas que me mandaram mensagens, quando saíram do Clube, a dizer 'o meu objetivo é voltar um dia ao Benfica'. E isto dá que pensar."


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