"Tenho uma boa relação com Bruno Lage e já resolvemos tudo"
Nos Estados Unidos da América, onde a equipa de futebol profissional do Sport Lisboa e Benfica se encontra a disputar o Mundial de Clubes 2025, o centrocampista Kökcü concedeu uma entrevista à DAZN.
Temos de começar pelo que aconteceu ontem [sexta-feira, 20 de junho] no último jogo [ Auckland City ]. O que é que nos pode dizer?
Em primeiro lugar, o que se passou ontem não é bonito, para o nosso clube, para os nossos adeptos e também para a equipa. Não é agradável ver coisas deste género. Como jogador, sou uma pessoa que gosta de ganhar. Tenho uma mentalidade vencedora e, sim, quero fazer o melhor para a equipa. Nesse momento, pensei que podia ajudar ainda mais a equipa, mas o treinador tomou uma decisão e, como jogador, tenho de respeitar. Também o disse muitas vezes nos meios de comunicação turcos, não em neerlandês ou português... quando estou no campo, por vezes perco o controlo. Então, coisas como esta acontecem, e também não estou a pensar que sou o único que já passou por isto. Muitos jogadores também já passaram por isto. Acho que é normal que o futebol tenha coisas, mas não é bonito, e, sim, não é o que queremos mostrar como Benfica. Portanto, esta foi uma situação de ontem, e a minha reação também não é por me achar superior a nada. Não importa o clube para que se vá, o clube – especialmente o Benfica – é sempre maior do que o jogador. Eu percebo isso. Nesse momento, sim, perdi o controlo, mas agora, no dia seguinte, falámos um com o outro, falei com o treinador, falámos sobre o que eu pensava naquele momento, quais eram os meus sentimentos naquele momento, e quais eram os pensamentos e sentimentos dele naquele momento. Entendemo-nos, estamos bem. E estamos preparados para o que aí vem. Não precisamos de exagerar demasiado a situação, porque há muitas coisas que foram ditas sobre esta situação, mas, para mim e penso que também para os treinadores, o mais importante é olhar para a frente e esquecer isto, porque o que aconteceu, aconteceu, e só podemos olhar para o futuro. E para o futuro queremos grandes coisas para o Clube, e é por isso que temos de nos manter unidos e temos de seguir em frente.
Estou a tentar perceber o que se passou na sua cabeça no momento. Fez a assistência para Pavlidis, antes de ser substituído. Sentia que merecia ficar em campo naquele momento?
Como jogador, penso que, se falar por todos os jogadores, todos querem jogar 90 minutos. Talvez não devesse mostrá-lo, mas também tenho temperamento turco, por isso foi difícil conter-me. Aconteceu, e temos de esquecer isto, porque também não é bom ficar nesta situação. Temos de olhar para a frente e concentrar-nos no próximo jogo.
Para todos os que estavam a ver em todos os países, e que são apoiantes do Benfica, o que é que nos pode dizer sobre a sua relação com o treinador Bruno Lage, para percebermos o que aconteceu? Sim, não há problemas na minha relação com o treinador, porque estamos juntos numa época maravilhosa. Ele pôs-me a jogar, e pôs-me a jogar na minha posição, da qual gosto, e temos uma boa relação. A coisa só aconteceu ontem [sexta-feira], e, como disse, já falei com ele. Resolvemos tudo e não temos qualquer problema. Por isso, seguimos em frente, concentramo-nos no que está para vir.
Como se sente agora em campo? Sente-se confortável com o seu papel? Sente a pressão de ter de provar o seu valor? Nesta época, as suas estatísticas têm sido muito boas.
Sinto-me bem em campo. Devo dizer que as estatísticas são boas, mas não estamos satisfeitos por não termos ganho o Campeonato. Não é suficiente para um clube como o Benfica. Se jogas no Benfica, se és do Benfica, precisas de ganhar tudo e precisas de sentir isso também. Acho que também me sinto assim, e agora temos de nos concentrar no que está à nossa frente, como disse antes. Por isso, agora temos de jogar ainda melhor como equipa e ganhar troféus juntos.
Hoje [sábado] era dia de folga. Acha que a equipa precisava disso antes do importante jogo com o Bayern? Física e mentalmente, claro. Foi uma época longa. Física e mentalmente é bastante difícil, mas penso que toda a gente quer jogar e toda a gente gosta de jogar. Por isso, não há qualquer problema. Sim, hoje foi dia de folga, todos estavam um pouco relaxados, alguns saíram à rua, outros ficaram no hotel. É bom, mas também estamos ansiosos pelo jogo com o Bayern, porque também é um jogo importante. Podemos passar à fase seguinte, e passar à fase seguinte é o mais importante para nós. Estamos ansiosos pelo jogo.
O treinador disse que você estava um pouco limitado fisicamente para o jogo com o Boca Juniors. Como se sente neste momento?
Sim, na final da Taça [de Portugal] tive um problema num joelho, que me fez sofrer durante duas semanas, mas também joguei dois jogos pela seleção nacional [Turquia]. Estou em forma, isso não é um problema, posso jogar. Estou pronto.
O próximo jogo é crucial, e o Benfica não tem o melhor histórico frente ao Bayern Munique, mas, agora, estamos num cenário diferente. Que Benfica podemos esperar para este jogo? Claro que o Bayern é um adversário muito forte, sabemos disso, mas também sabemos que somos um grande clube. Por isso, tudo é possível. Também estamos no final da época, e talvez eles estejam um pouco mais cansados do que durante a época. Tudo é possível neste torneio, e vemos isso nos diferentes resultados em diferentes jogos. Portanto, estamos confiantes e queremos terminar [a fase de grupos] da melhor maneira.
E qual é o estado de espírito da equipa, após os primeiros jogos da competição?
Toda a gente está muito bem. Nós também queríamos ganhar o primeiro jogo [frente ao Boca Juniors], mas ontem [sexta-feira] foi uma grande vitória, com muitos golos, o que é bom para a confiança. Penso que toda a gente está bem-disposta e pronta para o próximo jogo. Ninguém está a pensar nas férias ou algo do género, e isso também é um aspeto positivo, o facto de estarem todos concentrados neste torneio. Queremos ir o mais longe possível.
E acredita que podem ir longe? Sim. Pesquisei um pouco sobre os adversários possíveis e, sim, é bom. Temos chances e temos de o fazer.
Também é um torneio especial porque vão despedir-se de Di María. Como tem sido trabalhar com ele nas duas últimas épocas?
Di María é uma grande lenda. Para mim, foi realmente uma honra jogar com ele, porque, por exemplo, lembro-me de ver El Clásico [Real Madrid-Barcelona] quando era miúdo e ele jogava lá. Já gostava dele nessa altura, e ele ainda tem [a qualidade]. Também posso aprender muito com ele. Por vezes, falamos um com o outro sobre coisas de futebol. Ele é top enquanto jogador e pessoa, e, sim, como já disse, estou muito feliz por ter jogado com ele.
Reparei que, nos lances de bola parada, fala muito com Di María. Qual é a vossa comunicação nesse momento?
Sim, por vezes é difícil [risos]. Para ser sincero, acho que ele sabe inglês, mas sente-se mais confortável em expressar-se em castelhano. Agora, já sei algumas palavras e em português também. Portanto, falamos assim, mas, às vezes, pensamos: "O que vamos fazer? Eu? Tu?" É bom.
Para terminar esta entrevista, que mensagem quer enviar aos adeptos do Benfica e a todos os fãs que vêm aos Estados Unidos da América para ver os próximos jogos [do Mundial de Clubes]?
Estamos muito felizes e agradecidos por estarem aqui. Estamos gratos. Apoiam-nos em todo o lado onde jogamos, também na Liga dos Campeões e nos jogos fora de casa no Campeonato. É uma "loucura" termos tanta gente a apoiar o Benfica como se fosse uma religião para muita gente em Portugal e também fora de Portugal. É muito agradável jogar em frente a estes adeptos. Espero que continuem a apoiar e a amar-me, e a todos nós. Espero que nos apoiem.
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