"Impor o nosso jogo e vencer"
Determinado em dar sequência aos resultados positivos e aos níveis exibicionais do Benfica, Bruno Lage apontou à conquista dos três pontos diante do Mónaco, rival da 5.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões, na noite desta quarta-feira, 27 de novembro, às 20h00 (continentais), no Estádio Louis II.
No Principado, o treinador encarnado espera um adversário "agressivo na pressão, forte nas transições com um jogo muito vertical" a tentar "atacar" a "profundidade" do Benfica, como referiu na conferência de Imprensa de antevisão.
Bruno Lage explicou também que as águias devem ser "uma equipa pressionante", sem bola, e "inteligente" com bola para "perceber onde estão os espaços", com o fito de criar oportunidades de golo.
Antes, em exclusivo à BTV, considerou que será necessária "personalidade" para ultrapassar o conjunto monegasco. "Acho que, no espaço que tivemos para treinar, entre ontem [25 de novembro] e hoje [26 de novembro], a equipa entendeu muito bem o que podemos fazer, por isso é vir com carácter, confiança e personalidade para fazer o nosso jogo", disse, reiterando que conta com todos os elementos do plantel.
"É olhar para o que os jogadores vão fazer, pela sua competência, qualidade, pelo rendimento, e depois também olharmos para a estratégia de cada jogo. Por isso, todos eles têm-se sentido importantes, e ficamos felizes quando, a cada momento, eles correspondem", sublinhou.
Também à Sport TV, a propósito de Di María já não jogar pela seleção, referiu que "a gestão é igual para todos". "É sentirmos, a cada momento, quem são os melhores para utilizar. Claro que estamos satisfeitos com o rendimento do Di María, mas não o tratamos de forma especial. É igual aos outros. Quando está disponível para jogar, joga, quando não está, não joga, e é essa a minha forma de liderar, independentemente da idade, do estatuto. É olhar para o rendimento e para o que os jogadores vão fazendo a cada momento, e também, claro que é importante, para a estratégia de cada jogo", assumiu. Apontando a um "grande jogo", Bruno Lage conta com o incentivo incondicional dos Benfiquistas. "Temos tido sempre o apoio dos nossos adeptos, principalmente no nosso primeiro jogo fora de portas para a Liga dos Campeões. Sentimos esse apoio, e foi fundamental para nossa vitória, por isso amanhã [quarta-feria, 27 de novembro] esperamos isso. Um enorme apoio, quer dos adeptos que vieram connosco, quer dos adeptos que residem perto, para termos uma grande noite", vincou o técnico.
Que Mónaco espera e que Benfica poderá impor o seu jogo? Espero um Mónaco agressivo na pressão, forte nas transições, com um jogo muito vertical a atacar a nossa profundidade, com os quatro homens da frente a tentarem criar muita dinâmica para criarem oportunidades de golo, e aquilo que eu espero do Benfica, é um Benfica a dar continuidade às boas exibições que realizámos recentemente, e que entenda muito bem o jogo que tem de fazer. Sem bola, sermos uma equipa pressionante, e, com bola, sermos uma equipa inteligente e perceber onde é que estão os espaços para criar as nossas oportunidades de golo. É fundamentalmente nesse aspeto, em que temos de ter bola, em que temos de controlar o jogo e saber como ter mais tempo a bola, quais são os espaços em que nós temos de ter a bola para criar as nossas oportunidades de golo. Por isso, é com essa ambição que nós planeámos este jogo e é com essa ambição que amanhã [quarta-feira] vamos jogar e tentar vencer, que esse é o nosso objetivo.
Porque devem acreditar os Benfiquistas, sócios e adeptos que, amanhã [27 de novembro], vão ver o Benfica que jogou contra o FC Porto e não aquele que jogou contra o Bayern?
Ou contra o Atlético de Madrid, por exemplo... O futebol é isto, é o momento, e o nosso momento é de três em três dias, por isso preparamos sempre a equipa para fazer boas exibições, para ter qualidade no seu jogo. Às vezes, não sai como nós planeámos ou pretendíamos, porque, de longe, não queríamos fazer aquilo que fizemos em Munique, principalmente quando tínhamos a bola, mas isso já é passado. Vamos olhar para aquilo que fizemos recentemente, e é esse passo de continuidade que queremos amanhã [27 de novembro] concretizar aqui. Fazer um bom jogo; quando tivermos de defender, temos de saber defender, por vezes ser pressionantes, por vezes guardar espaços, mas o mais importante é aquilo que temos de fazer com bola, como ser agressivos, como procurar os espaços para marcar os nossos golos.
Quão importante é pontuar aqui no Mónaco?
É importante, acho que é importante como todos os jogos são importantes. O nosso desejo é seguir em frente na competição, por isso, se temos esse desejo e essa ambição, temos de fazer o número de pontos que nos permita seguir em frente. Por isso, amanhã [quarta-feira, 27 de novembro] é mais um jogo, são três pontos em disputa. Nós vamos entrar em campo com a ambição de vencer os três pontos, por isso são três pontos que podem ser importantes na nossa continuidade.
"[Barreiro] É um jogador com boa qualidade técnica, dinâmica, e ataque à profundidade que eu gosto, por isso acho que é um jogador muito interessante"Bruno Lage
Queria perguntar-lhe sobre um jogador em específico, o Leandro Barreiro. Quando chegou ao Benfica, até foi uma contratação que foi recebida com algum entusiasmo, no entanto, desde a chegada de Bruno Lage, não tem tido muita preponderância, jogou cerca de 40 minutos divididos pelos vários jogos. É certo que também teve um problema físico, mas tem jogado pela seleção. De que forma encaixa nos seus planos, e o que vê nele, como jogador?
Disse que tem jogado pela seleção, mas ele terminou a recuperação na seleção, por isso esteve pouco tempo disponível connosco. Esteve as primeiras duas semanas e, após um jogo da Liga dos Campeões, lesionou-se, e tem estado de fora. Achei-o um jogador muito interessante, ele sabe disso, já falámos sobre isso. Não o vejo numa posição como a do Florentino, vejo, sim, em posições mais avançadas no terreno, porque realmente é um jogador com boa qualidade técnica, com dinâmica, e com o ataque à profundidade que eu gosto, por isso acho que é um jogador muito interessante, e com certeza que – a trabalhar da forma como tem trabalhado, fundamentalmente neste regresso à seleção, em que trabalhou três dias connosco e voltou a fazer o que tínhamos visto dois ou três dias antes de se lesionar – vai ter o seu espaço e a oportunidade de jogar pelo Benfica.
À partida, em Lisboa, o Presidente [Rui Costa] disse que o Benfica não queria perder pontos, e o treinador do Mónaco disse que o Benfica está muito pressionado a ganhar. Sente isso? Recordou a eliminatória em que o Benfica foi eliminado diante do Eintracht Frankfurt em 2018/19 [quartos de final da Liga Europa] com este treinador [Adi Hütter] para tirar alguma lição para esta partida?
Ao jogar pelo Benfica sentimos sempre a pressão de vencer, porque faz parte. Como sabe, já me conhece, acompanhou o meu percurso, é inerente desde os Sub-11 à equipa principal, entramos em campo para vencer. Isso faz parte da nossa mentalidade, faz parte da minha formação aqui dentro desta casa. Por isso, sei muito bem como preparar os jogadores para amanhã [quarta-feira] manterem essa ambição de entrar em campo para vencer. Recordou-me agora esse momento [jogo com o Eintracht Frankfurt], eu tenho recordações desse momento não tanto pelo jogo, mas por outras coisas que agora não interessa comentar aqui.
Na conferência de Imprensa do Mónaco, um nome sobressaiu claramente, porque foi muitas vezes falado: Ángel Di María. Segundo Adi Hütter, treinador do Mónaco, ele é realmente um jogador que faz a diferença e um dos melhores jogadores desta edição da Liga dos Campeões. Partilha esta opinião, atendendo ao momento que ele atravessa? E, se quiser também fazer uma radiografia deste Mónaco, agradeço-lhe. Partilho e concordo, porque, até recentemente, numa entrevista para a UEFA, na escolha do meu cinco de sonho de jogadores vencedores da Liga dos Campeões, coloquei o Di María. O meu cinco era o Ederson, o Rúben Dias, o Presidente Rui Costa, o Di María e o Cristiano Ronaldo. Foram esses cinco, um guarda-redes, um central, um médio e dois avançados. O Mónaco é uma equipa muito interessante. Um 4-4-2 muito bem vincado, com um médio ofensivo. Os quatro homens da frente com uma dinâmica muito interessante, quer entre linhas, quer no ataque à profundidade. São muito fortes a romper linhas, quer em diagonais curtas, como longas. Uma característica muito forte da equipa: o momento em que perde a bola. Forte transição, em que consegue criar muitas oportunidades de golo a partir desse momento, por isso não é de estranhar aquilo que tem feito no Campeonato, assim como na Liga dos Campeões, é uma equipa muito forte. Trabalhámos, nos últimos dias, em função das informações que recolhemos sobre o adversário, e penso que preparámos a equipa da melhor maneira para, amanhã [27 de novembro], também podermos impor o nosso jogo e vencer, que é o nosso objetivo.
"[Florentino] É um dos melhores exemplos que nós temos enquanto profissional (...) Temos aqui um atleta e um homem com uma maturidade muito boa, isso é que é o mais importante"Florentino foi questionado sobre a passagem pelo Mónaco em 2020/21. Aqui, sentiram que era muito jovem. O Florentino que foi campeão com Bruno Lage pelo Benfica e o Florentino com 25 anos: cresceu muito desde então?
Sim, como jogador e como homem. Nota-se perfeitamente. O que ele acabou de dizer reflete muito a mentalidade do Tino [Florentino]. Está ali sentado atrás o Costinha, e o Tino [Florentino] estreou-se no jogo contra o Costinha. Com certeza, o Costinha olha para este momento; ver agora aqui o Tino [Florentino], o menino que ele também viu ser lançado há 4/5 anos, jogar no mesmo clube em que ele jogou e a tornar-se um homem. Por isso, é com enorme orgulho... É um dos melhores exemplos que nós temos enquanto profissional, e é um exemplo que podemos aqui destacar, que foi o registo dele desde a nossa chegada, quer em termos de rendimento, assim como estar pronto sempre que necessário. Quando saiu da equipa não foi em função do rendimento, foi, sim, por questões estratégicas, e ele é isto. Prepara-se sempre da mesma maneira, com uma mentalidade muito forte. Quando é necessário, joga, rende. Quando não é necessário, prepara-se para quando voltar a surgir a oportunidade, ou quando a equipa necessitar dele, ele voltar a corresponder com rendimento. Temos aqui um atleta e um homem com uma maturidade muito boa, isso é que é o mais importante. O outro lado da questão... aproveito a sua pergunta para realçar que é realmente o fator casa, a forma como o Benfica ao longo dos anos tem feito a passagem de jovens valores para a equipa profissional; porque às vezes as pessoas estranham como é que um indivíduo como o Tino [Florentino], que foi campeão nacional, depois sai para outros clubes e pode sentir as diferenças; é também de realçar o trabalho que se faz em casa, em toda a preparação, para que os jogadores quando chegam ao futebol profissional não sintam tantas diferenças. Elas existem, principalmente quando se fazem transferências para outros clubes.
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