Nélson Veríssimo: "Todos os jogadores da equipa B têm capacidade para estar na A"

 Num balanço “muito positivo” de 2024/25, o treinador do Benfica B vê “potencial” nos seus atletas para ganharem espaço no topo

Satisfeito pelo desempenho do Benfica B em 2024/25, Nélson Veríssimo elogia a mentalidade das águias.

Destacando os registos coletivos e individuais do seu grupo, fala da renovação para a nova época. Escondendo o jogo quanto às mexidas, até para os AA, garante que “há qualidade e matéria-prima” nos bês.

Que o balanço faz de 2024/25? Igualou a melhor classificação da equipa B, o 4.º lugar, e atingiu diversos bons registos...
—É naturalmente um balanço muito positivo, podemos fazer esta análise pelo lado qualitativo, mas também quantitativo. Esta equipa fez alguns registos interessantes, como o número de derrotas que sofreu, o mais baixo da equipa B, os golos sofridos foram também bastante baixos, o número de jogos sem sofrer, e fomos a terceira equipa mais concretizadora. Há números interessantes em termos individuais, os golos do Melro e do Varela, as assistências do Félix, a qualidade na bola parada do Joshua [Wynder]... O que distinguiu esta equipa foi a grande mentalidade que teve desde o início. A fome e a mentalidade vencedora.

O que retira para o futuro?
—Os jogadores estão, indiscutivelmente, mais bem preparados para o desafio seguinte, seja num contexto de equipa A ou noutro patamar competitivo. Mas depois cabe muito ao jogador mostrar que está preparado e dar resposta e continuidade à aposta que o treinador possa fazer.

Já estão definidos os jogadores que vão subir à equipa A em 2025/26?
— Daquilo que é o meu conhecimento ainda não existe essa definição. Em função do que forem os objetivos para a próxima época, há que se construir um plantel, e depois tomar as melhores decisões tendo em conta os interesses da equipa e dos jogadores.

Em 2024/25, Hugo Félix foi o rei das assistências na II Liga e Gustavo Varela foi o terceiro melhor marcador da prova. Têm capacidade para estar na equipa A?
—Todos os jogadores da equipa B têm essa capacidade. Agora, não dá para todos. E em função daquilo que é a constituição do plantel e dos jogadores que estão na equipa A, o treinador, o Bruno, também tem de fazer escolhas. Não levou esses dois, que fizeram uma boa época, mas levou o Joshua, o Prioste, o Rafael Luís, o João Veloso, e ainda jogadores que estavam nos sub-23, como o Rui Silva e o Gonçalo Oliveira. Vejo todos com essa capacidade e potencial de poder estar com a equipa A. Mas o treinador da equipa A também tem de fazer escolhas e tem um plantel à sua disposição. Esses dois nomes não encaixaram, o que não quer dizer que não seja meritório o que eles fizeram.

Já assumiu o final de ciclo da equipa. Lançou 12 novos jogadores, foi a pensar nessa renovação?
—Os jogadores das equipas B têm um ciclo que pode ser de dois/três anos. E olhei para a realidade, muitos já tinham esses dois/três anos e fecha-se de uma forma natural esse ciclo. O próximo patamar já será num outro contexto competitivo, I Liga, equipa A, fora de Portugal... Da mesma forma, sentimos que precisamos de espaço competitivo para os sub-23 e sub-19 continuarem o seu processo de evolução.  Vai ser uma equipa diferente, mas acima de tudo há qualidade e matéria-prima. Obviamente, o conhecimento do jogo e o estado de maturação do jogo deles não é tão rico como é daqueles que acabaram por sair, mas isto faz parte do processo de evolução.

Vai dar um prémio aos sub-17, que tiveram nove campeões europeus?
—Não olhamos muito à idade cronológica, olhamos é se o jogador está preparado para dar uma resposta positiva num contexto de equipa B, seja ele sub-23, sub-19 ou mais para baixo. Há qualidade, tivemos nove campeões nos sub-17, muitos deles titulares. À partida se estão lá, são os melhores entre os melhores num contexto nacional. Se competiram com os melhores para ganhar o Campeonato Europeu, indiscutivelmente têm talento. Agora é dar tempo ao tempo, olhamos para todos os jogadores, e no tempo certo as oportunidades podem surgir.