"Fazer uma grande exibição perante os nossos adeptos"

 

Somar três pontos no regresso à Catedral, a abrir o ano de 2025, é o propósito que guia a equipa do Benfica para o embate deste sábado, 4 de janeiro, frente ao Braga, na 17.ª jornada da Liga Betclic, agendado para as 18h00. Bruno Lage, em conferência de Imprensa realizada nesta sexta-feira no Benfica Campus, sublinhou o objetivo de "fazer uma boa exibição".

A exigência própria de um "grande clube" é combustível para uma ambição sem limites, e o técnico das águias, Bruno Lage, voltou a lembrar que tal está intrinsecamente associado à forma como os seus jogadores pretendem apresentar-se em campo na receção ao Braga, um adversário de reconhecida valia, como expressou.

Bruno Lage abordou ainda questões de mercado, concretamente o lado direito da defesa, posição em que a equipa conta agora com Bah e Leandro.

De que forma o Benfica se deve apresentar neste primeiro jogo do ano, tendo em conta o conhecimento que tem do Braga e da filosofia de jogo do seu treinador, Carlos Carvalhal? Da melhor forma possível. O que nós pretendemos é fazer uma grande exibição perante os nossos adeptos, começar o ano da melhor maneira. É um facto, vamos jogar contra um adversário muito competente, com uma equipa técnica de enorme qualidade. Mas o nosso desejo e a nossa determinação é entrar no ano da melhor maneira, vencer o jogo, os três pontos, com uma boa exibição e com golos.

Deixe-me regressar à noite da passagem de ano. Bruno Lage, sendo um homem de Setúbal, se calhar brindou com 12 passas de moscatel de Setúbal. Dessas 12 passas, quantas reservou para o Benfica, e o que pediu para 2025?

As 12 passas, claro [risos]... Fundamentalmente, nós termos a ambição e a determinação de continuar a fazer um bom trabalho. Quem treina um clube com a dimensão do Benfica tem de ter essa ambição diária. E a minha ambição e a minha motivação é diária para, naquilo que for possível e naquilo que é já a minha experiência e o meu conhecimento a este nível, fazer crescer a equipa, fazer crescer os jogadores e de continuar a fazer evoluir a equipa para ir ao encontro daquilo que é a ambição e a exigência dos nossos adeptos. Nós somos um grande clube e temos de ser esse clube diariamente. Isso vem com pequenos hábitos, no dia a dia, do treino, do jogo e sempre com sentido crítico para fazer evoluir e para sermos cada vez melhores. É assim que me vejo neste papel, e essa é a minha exigência diária para quem trabalha comigo. Tem de apresentar um registo e tem de apresentar trabalho no dia a dia para continuar a trabalhar comigo.

"Criar as oportunidades que temos de criar, marcar golos e vencer o jogo" Bruno Lage

Otamendi e Di María tiveram uma visão diferente da de Bruno Lage depois do dérbi, quanto à 1.ª parte. Sentiu-se incomodado com as palavras de ambos, sobretudo do capitão? De alguma forma, viu ali algum tipo de crítica à estratégia que montou para essa 1.ª parte?

Reforçando aquilo que disse anteriormente sobre a questão de sermos treinadores e estarmos a jogar de três em três dias, é que não temos mesmo muito tempo para olhar para trás. Aquilo que disse – e fiz a análise com os jogadores – foi que nós – até tenho aqui um registo que me pode ajudar – temos uma excelente oportunidade de golo aos 9', com o Zeki [Amdouni] a entrar na área, em que normalmente, naquela situação – e convido-vos a ver isso –, ele remata. É uma oportunidade muito boa da nossa parte, por isso é que disse que fizemos a entrada que fizemos. A partir dos 14/15 minutos, por várias razões, deixámos de ter a competência de jogar o nosso jogo. O Sporting foi superior na 1.ª parte. Durante a 1.ª parte, tentámos fazer alguns ajustes ainda no banco. Não foi possível. Falámos ao intervalo, crescemos, fizemos a 2.ª parte que fizemos. O que é que fica para o jogo? O Sporting, no seu melhor momento, marcou. Nós, no nosso melhor momento, onde criámos várias oportunidades de golo, não marcámos. Três pontos para o Sporting. Não há nem empates, nem vitórias morais nisto, há sim que olhar para o jogo, fazer uma análise do jogo e preparar o jogo seguinte da melhor maneira. Foi esta análise que fiz com os jogadores, falei com os jogadores sobre isto, e aquilo que fizemos foi treinarmos, dois dias muito bons, para amanhã [4 de janeiro] apresentarmos a nossa melhor versão, para fazer aqui, em 90 minutos, aquilo que fizemos na 2.ª parte em Alvalade. E sobre esse assunto – porque é o Sporting, mas, neste momento, o assunto é o Braga – é como disse: para vós, três dias é curto, mas, para nós, quem joga de três em três dias e tem já o adversário seguinte em três dias, é realmente muito tempo para não olhar para trás, independentemente do resultado, e olhar já para a frente, para o futuro. E o futuro é já amanhã [4 de janeiro], com o jogo com o Braga, uma equipa muito competente, e queremos iniciar o ano da melhor maneira.

Chegou a falar com Di María e Otamendi? E, após rever o jogo, mudou a sua visão sobre a 1.ª parte?

Penso que fui claro na minha explicação. Fiz a análise do jogo, fiz a análise com os jogadores e falei com os jogadores todos. Não falei com ninguém em particular.

Com a saída de Kaboré, está a pensar ir ao mercado para colmatar essa posição [lateral-direito]? Ou tem garantias de jogadores que possam fazer essa posição, como é o caso de Aursnes, que já fez muitas vezes essa posição, ou até de produtos da formação do Benfica que possam ser uma solução?

Foi exatamente isso que nós já fizemos, já fomos ao nosso mercado, e já passámos... O Leandro já tinha trabalhado connosco anteriormente, inclusive já tinha jogado, e neste momento as alternativas que nós temos para a posição são o Bah e o Leandro. Sobre o mercado, também, é muito rápido aquilo que tenho para dizer, o mais importante é nós sabermos aquilo que queremos.

"O futuro é já amanhã [4 de janeiro], com o jogo com o SC Braga, uma equipa muito competente, e queremos iniciar o ano da melhor maneira" Tanto o Braga como o Benfica não venceram, não tiveram o melhor resultado no último jogo. Está à espera de uma equipa do Braga mais fragilizada, ou espera um adversário com ambição e vontade de dar a volta por cima à situação?

Espero um adversário muito competitivo, com uma forma de jogar muito interessante, qualidade e um registo fora de casa também muito bom. Quer nós, quer o Braga – e por aquilo que também conheço do treinador, o Carlos Carvalhal –, não há tempo para olhar para trás. É preparar a equipa da melhor maneira e apresentar a equipa da melhor forma amanhã [4 de janeiro]. O que eu espero é isso: um Braga competitivo, com qualidade no seu jogo, e com ambição de vir fazer um bom jogo ao Estádio da Luz. Temos de contrariar isso, mas sim pela nossa força, pela nossa forma de jogar e pelo nosso jogo, para criar as oportunidades que temos de criar, marcar golos e vencer o jogo.

"Neste momento as alternativas que nós temos para a posição [defesa-direito] são o Bah e o Leandro" Prestianni não joga desde setembro – também teve uma lesão –, Schjelderup, em dezembro, em sete jogos, tem 15 minutos e Rollheiser, no mesmo mês, tem 28 minutos de utilização. Em janeiro, com sete jogos, se esses jogadores não tiverem utilização, o empréstimo é uma hipótese? Dentro da questão da rotação, gostava de perceber o porquê de o treinador normalmente trocar Beste por Aktürkoğlu e não colocar Prestianni ou Schjelderup, que são extremos mais parecidos com Aktürkoğlu?

Olhe, sobre a primeira... é uma questão de futuro. Aquilo que quero são exemplos como o Barreiro. A minha primeira decisão, quando entrei, foi "tirar" o Barreiro da equipa. Entretanto, o Barreiro tem feito... sempre que tem oportunidades, tem aproveitado muito bem, tem tido um rendimento muito bom. A jogar de início, a entrar do banco, no treino, e também veio, como vocês sabem, de um período de lesão. Depois, são opções. É nós também procurarmos, em função do momento do jogo, o Beste, que joga de ala, que tem um bom pé esquerdo e que tem cruzamento – e nós temos homens na área que precisam de ser alimentados com o cruzamento. E às vezes provocar alteração de dinâmica no nosso adversário. Aktürkoğlu, muitas vezes, anda em zonas mais interiores, e, como vocês sabem, o [Álvaro] Carreras também gosta de estar em zonas interiores. E, em função do jogo, poder ter alguém mais aberto, que tenha uma capacidade de cruzamento diferente e que cruze diferente. Aktürkoğlu cruza com o pé direito e o Beste cruza de pé esquerdo. São apenas opções, e as opções... nós vamos tomando as opções em função daquilo que os jogadores vão demonstrando em campo. Nós temos um plantel largo, como vocês sabem, e a cada momento nós tomamos as melhores decisões para a equipa, para o rendimento da equipa.

A minha questão tem a ver com Otamendi e Di María, também, mas em moldes diferentes. São jogadores em final de contrato, que já podem assinar livremente por um novo clube. O que lhe pergunto é – independentemente da parte financeira, que diz respeito à SAD e aos agentes dos jogadores –, enquanto treinador do Benfica, já deu o aval técnico para se renovar o contrato com esses dois jogadores?

Aquilo que neste momento lhe posso dar é a minha opinião. Gosto muito de trabalhar com eles e sinto que eles são dois jogadores muito importantes para a equipa, porque têm rendimento. É isso que nós temos de fazer – eu, eles e o restante da equipa –, é a cada momento continuarmos com rendimento, e, claro, no futuro, perceber se podem continuar a ser úteis ao Benfica ou não, mas o mais importante é aquilo que nós, eu como treinador e eles como jogadores, vamos fazendo a cada momento. E, neste momento, eu, como treinador, estou satisfeito com o rendimento dos jogadores.