"Fazer um jogo muito bom e seguir em frente"
Após a conquista da 8.ª Taça da Liga, Bruno Lage espera um "jogo difícil" nesta terça-feira, 14 de janeiro, frente ao Farense, a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal, às 20h15, no Estádio de São Luís. O treinador do Benfica, na conferência de Imprensa de antevisão no Benfica Campus, na véspera do duelo, vincou o objetivo de alcançar a "consistência" em termos coletivos.
Jogar de três em três dias constitui um desafio acrescido no que à preparação dos encontros diz respeito. "Nós queremos sempre o melhor Benfica. E aquilo que nós queremos neste momento é a consistência. É em busca dessa consistência que temos de continuar a trabalhar", vincou Bruno Lage. "Temos de fazer um jogo muito bom e seguir em frente na competição, que é o nosso desejo", realçou o treinador ao perspetivar o desafio com o Farense.
Um Benfica animicamente ainda mais forte desde a conquista no passado sábado [11 de janeiro] da 8.ª Taça da Liga, mas com uma janela muito curta de preparação para a Taça de Portugal, neste caso. Que Benfica se vai apresentar amanhã [terça-feira, 14 de janeiro] e que Farense espera encontrar? Nós queremos sempre o melhor Benfica. E aquilo de que nós falámos durante muito, muito tempo nos primeiros meses de trabalho foi de união. E essa união chegou-nos, deu-nos oportunidade de estarmos fortes, de jogar bem, de nos unirmos cá dentro e de nos unirmos também com os adeptos. E aquilo que nós queremos neste momento – e temos de ter uso e agarrarmo-nos a essa palavra – é a consistência. É em busca dessa consistência que temos de continuar a trabalhar. Perceber que não podemos perder a união que temos – quer dentro, quer com os nossos adeptos –, mas continuar a trabalhar para sermos cada vez mais consistentes. E essa consistência tem de partir de todos nós, dos jogadores, ao perceberem que a cada momento têm de estar no seu melhor, e também de nós, enquanto equipa técnica, ir ao encontro dessa consistência, sabendo que temos de jogar de três em três dias. O que queremos mais é que as rotinas se mantenham, que o onze se estabilize, mas, ao mesmo tempo, sabemos que não podemos esgotar jogadores, que temos de proporcionar o momento de cada um, que temos de ter cuidado para não esgotar jogadores e possivelmente lesioná-los. Por isso, temos de nos agarrar muito a esta palavra, consistência tem de ser a palavra de ordem. Sobre o Farense, é um jogo muito difícil, porque tivemos um jogo muito difícil no Campeonato. O Tozé [Marreco] tem feito um trabalho fantástico na recuperação do Farense. Salvo erro, nos últimos jogos com ele, o Farense tem cinco vitórias, cinco empates e três derrotas, curiosamente connosco, com o Braga e com outro adversário. Uma equipa muito competente, e seguramente também vai querer fazer o jogo que lhe permita seguir em frente, mas nós, depois de vencer a Taça da Liga, pretendemos também estar na final, e amanhã [terça-feira] temos de fazer um jogo muito bom e seguir em frente na competição, que é o nosso desejo.
"Nós, depois de vencer a Taça da Liga, pretendemos estar na final da Taça de Portugal, e amanhã [terça-feira] temos de fazer um jogo muito bom e seguir em frente na competição, que é o nosso desejo" Bruno Lage
Como se prepara um jogo com apenas um dia de trabalho, tendo em conta que ontem [domingo] foi dia de folga e o jogo é já amanhã [terça-feira]? E já tocou um pouco nisso, na necessidade de mexer na equipa. Em que sentido pretende mexer, olhando para este curto espaço de tempo?
Olhe, começámos a preparar o jogo exatamente com a folga, porque a equipa vem de jogos consecutivos e nós temos de saber recuperar os jogadores, quer com o estado físico, mas também com o lado emocional. Não é fácil. Jogadores, viagens, concentração, ene reuniões, preparação, concentração para jogos... Chegámos a Lisboa por volta das 3h00, eu cheguei a casa por volta das 4h00, entre treinar no dia à tarde e no outro dia de manhã, percebemos que era melhor os jogadores recuperarem bem, dormirem, mentalmente passarem o dia com a família, e hoje [segunda-feira] estarmos cá preparados para jogar com o Farense, curiosamente uma equipa com que já tinhamos jogado. Foi dessa forma que nós fizemos o planeamento, e é seguir com o mesmo plano, exatamente no mesmo sentido que preparámos o jogo da final da Taça da Liga, a seguir ao Braga.
Como é que está a situação clínica do plantel? Tiago Gouveia é o único indisponível da equipa? Enquanto treinador, para si, o mês de janeiro é o mais complicado, tendo em conta também a gestão de expectativas que tem de haver com alguns jogadores que podem eventualmente sair, e outros que podem eventualmente também entrar na equipa do Benfica? Isso também é complicado ou, nesta altura, nem sequer está a pensar nisso?Sobre o plantel, aquilo que lhe posso dizer neste momento – e até faço já o lançamento para o jogo –, a única certeza que tenho é que o Samu [Samuel Soares] vai jogar. É a única certeza que tenho. Ainda temos o dia de amanhã [terça-feira] para avaliar, tal como fizemos com o jogo da final da Taça da Liga. Ainda temos um período de amanhã – nós viajamos hoje, amanhã [terça-feira] vamos fazer um treino pela manhã –, e aí vamos perceber qual é a forma como os jogadores recuperaram. Uns recuperam melhor do que outros, e durante a manhã é que vamos ter uma análise mais concreta sobre a forma como eles recuperaram. Sobre essa parte do mês de janeiro, sim, é um facto que a abertura do mercado pode eventualmente mexer com alguns jogadores. A mim, o que compete... e acabei de falar com eles no sentido daquilo que eu quero, que é que a cada momento eles estejam disponíveis para jogar, e as respostas que eu quero dos jogadores são aquelas que o Schjelderup teve: competente, sério. Eu tinha-o chamado à atenção da forma como ele não fez o quarto golo frente ao Braga, e ele apareceu ainda mais sério e comprometido e fez o golo na final. Por isso, é eles perceberem que eu estou sempre atento ao trabalho deles e quero toda a gente pronta para jogar. Por isso, quem quiser ter oportunidades, tem de fazer aquilo que o Schjelderup fez, que o Barreiro tem feito, enfim... há um conjunto de jogadores que merecem muito mais. Por exemplo, o Samu. O Samu tem feito um trabalho fantástico, merece muito mais do que aquilo que teve, mas, neste momento, aquilo que lhe posso dar é o jogo de amanhã [terça-feira].
"É em busca dessa consistência que temos de continuar a trabalhar. Perceber que não podemos perder a união que temos – quer dentro, quer com os nossos adeptos –, mas continuar a trabalhar para sermos cada vez mais consistentes" O Benfica publicou imagens suas a dizer ao balneário que ia vencer a Taça da Liga. Consegue dizer, também com a mesma confiança, que vai ser campeão nacional nesta época?
Ainda não tenho uma bola de cristal, eu não adivinho as coisas... Não é uma questão de adivinhar, nem tentativa de acerto. Percebo muito bem o grupo que tenho. E acho que é um trabalho excelente – e reconhecer o trabalho liderado pelo Ricardo Lemos, um trabalho fantástico –, porque aquele vídeo mostra muitas coisas para além disso, e mostra muitas coisas que as pessoas pensam que não existem. Por exemplo, a união do grupo, o compromisso do capitão com a equipa, e outras coisas, mas essas deixo-as à consideração de observarem e de perceberem, para lá disto que acabei de referir, o que é que o vídeo mostra. Mas o vídeo não mostra um treinador que adivinha; mostra um treinador convicto do trabalho e dos jogadores que tem à sua disposição. E continuo muito convicto de que temos um plantel muito bom, e se encontrarmos a consistência que eu pretendo, e que referi na primeira pergunta, podemos chegar ao fim, principalmente aos últimos dois, três jogos, e estarmos em condições para disputar e vencer o título que tanto desejamos. Aquilo que mais quero, hoje, é, no dia a seguir ao último jogo do Campeonato, passar no corredor que temos junto ao balneário, em que temos réplicas de todas as taças, e que o número 38 passe para o número 39, tal como já foi feito com a Taça da Liga. Hoje de manhã, quando passei, já estava lá o número 8. É isso que eu quero, é isso que os jogadores querem, é isso que toda a gente quer, é isso que os adeptos querem, e nós vamos trabalhar em função disso.
"Temos de ter um maior controlo com jogo, perceber que não podemos jogar sempre à mesma velocidade, perceber que, por vezes, baixar uma mudança, manter a bola, não entrar em zonas de pressão tão rapidamente, pode dar-nos um maior controlo do jogo" Começou esta conferência de Imprensa a falar de consistência. O Benfica, nesta temporada 2024/25, goleou o FC Porto e o Atlético de Madrid na Luz, mas também é a mesma equipa que perdeu com o Feyenoord, por 1-3, e para o Campeonato empatou com o AVS e perdeu de forma consecutiva com o Sporting e com o Braga. É certo que agora venceu as duas equipas para a Taça da Liga, mas... o que é que falta a este Benfica para ser mais consistente?
É nós continuarmos a trabalhar nesse sentido. Estamos a falar do treinador que chega em setembro, que está a trabalhar com o plantel que tem, que não fez a pré-época e que tem de encontrar um caminho para. Nós reorganizámos a equipa, encontrámos uma forma de jogar que nos permita ter uma organização ofensiva em que estejamos confiantes que a equipa pode produzir. A equipa já produziu bom futebol, sabe jogar sob pressão, e, a jogar de três em três dias, aquilo que nós mais queremos enquanto treinadores, se encontramos uma forma que dê sucesso, é tentar manter um onze, porque também... Nós ouvimos, às vezes, críticas de outros que, quando chegam a determinados sítios e a jogar também de três em três dias, vão alternando o onze, e as pessoas perguntam porque é que ele alterna tanto o onze. Por isso, nós temos mantido o onze, mas, ao mesmo tempo, sabendo que não podemos esgotar os jogadores, que não podemos colocá-los em risco de lesão, mas a todo momento também temos de ter os outros que não estão jogando tanto e que têm de trabalhar para entrar na equipa, para não se perder a dinâmica ofensiva que pretendemos. Por isso, é o conjunto de tudo aquilo que eu acabei de falar que nós temos de cruzar. Por isso, fico muito feliz quando no tempo certo os jogadores entram e ajudam a equipa; começam de início, e não têm jogado tanto, e ajudam a equipa. Eu valorizo muito isso. Nós jogadores, nós treinadores, passamos muito de bestiais a bestas, mas eu não faço isso com os meus jogadores. Se há alguns jogadores que agora estão num bom momento, temos de continuar a ser exigentes com eles; outros jogadores que possam não estar num momento tão bom, não são bestas, continuam a ser bestiais, têm é de dar passos em frente, continuar a trabalhar, porque nós estamos aqui para ajudar a que eles estejam sempre em condições de poder contribuir para as vitórias.
Objetivamente, em que é que sente que a equipa está bem e em que é que precisa de melhorar? Eu tenho dito, há coisas que nós temos de continuar a melhorar, e uma delas é controlar. Acho que fizemos isso muito bem nos dois jogos da Taça da Liga, de controlar melhor o jogo com bola. Fizemos dois jogos muito competentes nesse sentido, mas temos de continuar nesse caminho. Temos de ter um maior controlo com jogo, perceber que não podemos jogar sempre à mesma velocidade, perceber que, por vezes, baixar uma mudança, manter a bola, não entrar em zonas de pressão tão rapidamente, pode dar-nos um maior controlo do jogo.
Acabou de dizer que tem um plantel muito bom, em que sente que a equipa tem todas as condições de chegar ao fim e disputar o título. O grande desafio então é para a Direção, de não deixar sair nenhum jogador para continuar a ter essa capacidade de disputar o título de campeão?
Não, o desafio é para todos, porque... Você fez a pergunta de uma forma muito inteligente, eu sei onde é que quer ir: mercado. Vamos ao mercado. Nós, Benfica, temos de estar sempre atentos ao mercado, e, a todo momento, uma oportunidade de negócio e algum jogador que nos possa interessar... é bem-vindo para ajudar. E, neste momento, se eventualmente entrar algum jogador, tem de ser para ajudar esta equipa a ser melhor, a ser mais competente. E você sabe isso tão bem como eu, podia estar aqui a dar a mesma resposta: hoje em dia, também, uma oportunidade de negócio, se surgir, como eu há duas ou três semanas disse... sabem que têm de vir de carteira cheia, porque temos muitos jovens que eventualmente possam sair. Se for bom para o jogador, se for bom para o Clube, é uma oportunidade de negócio.
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