"Os jogadores acreditaram até ao fim"
Na análise ao empate (0-0) no Benfica-Bolonha desta quarta-feira, 11 de dezembro, da 6.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões, Bruno Lage deu conta do sentimento de frustração pelo resultado face ao caudal ofensivo e às inúmeras oportunidades criadas pelas águias.
Na zona de entrevistas rápidas da Sport TV, antes da conferência de Imprensa, o treinador das águias destacou o "domínio" e o "controlo" exercidos pela sua equipa, protagonista de uma "exibição em crescendo" que justificava outro resultado.
"Merecíamos muito mais por aquilo que criámos. Temos de valorizar esta exibição a crescer e o número de oportunidades que criámos. Se a primeira bola entrasse, o resultado podia ter sido diferente. Lá está, temos de valorizar as coisas positivas, mas, claro, estamos frustrados porque queríamos ter 12 pontos e não 10", analisou Bruno Lage.
Fechado este capítulo da Liga dos Campeões até janeiro, mês para o qual estão agendados os desafios frente a Barcelona (dia 21) e Juventus (dia 29), da 7.ª e da 8.ª jornadas da fase de liga, respetivamente, o técnico prometeu foco total no duelo de domingo, 15 de dezembro, diante do AVS, para a 14.ª jornada da Liga Betclic: "Agora, temos três dias para recuperar e preparar o próximo jogo, porque temos de dar sempre uma boa resposta."
FRUSTRAÇÃO PELO RESULTADO "Foi uma exibição a crescer da nossa parte. Tivemos uma entrada muito boa, foi pena o golo do Pavlidis ter sido anulado. Depois, houve um maior equilíbrio e maior tempo de posse de bola do nosso adversário, mas controlámos sempre muito bem. Fechámos o espaço interior, não permitimos oportunidades ao nosso adversário e, depois, nos últimos 15/20 minutos [da 1.ª parte], a equipa a crescer e conseguimos criar três muito boas oportunidades de poder marcar, por Di María, [Álvaro] Carreras e Fredrik [Aursnes] na área. Na 2.ª parte, continuámos a crescer. Penso que a 2.ª parte é praticamente toda nossa, imensas oportunidades. Proporcionámos ao guarda-redes adversário, na minha opinião, uma noite muito boa. Foi, talvez, o melhor elemento do Bolonha, porque realmente fez quatro defesas de golo. Por isso, depois, olhar para o resultado deixa-nos um pouco frustrados. Pelas oportunidades que criámos, pelo volume de jogo ofensivo que nós tivemos e pela qualidade dessas mesmas oportunidades. Tivemos avançados, médios e os dois defesas dentro da área para rematar, e deixa-nos realmente frustrados só conseguir um ponto. Juntamos um ponto à nossa pontuação, temos 10 pontos neste momento."
CAUDAL OFENSIVO VALORIZADO
"Não sabemos o que significam 10 pontos neste novo formato, esse é o primeiro ponto. O segundo ponto é que esses jogos [Barcelona e Juventus] só hão de vir em janeiro. Nós temos de estar prontos para fazer jogos e exibições ao nível da nossa equipa. Esse é sempre o nosso desafio. Nós estamos a competir de três em três dias e temos de nos apresentar sempre no nosso melhor. Neste momento temos 10 pontos, curiosamente seis pontos conquistados fora, quatro em casa. É olhar para isso. Quando chegar a devida altura, em janeiro, olhar para o adversário e tentar preparar o jogo da melhor maneira. O que é importante neste momento é dar os parabéns aos jogadores pelo jogo a crescer, fundamentalmente por acreditar muito que podíamos ter vencido o jogo, porque essa é a nossa intenção. Foi sempre nesse sentido que nós tentámos mexer na equipa, reforçar, refrescar os homens da frente para termos mais oportunidades. Valorizar isso, o caudal ofensivo que tivemos, as boas oportunidades que criámos e focarmos e prepararmos já o jogo de domingo [15 de dezembro], que é também muito importante para as contas do Campeonato."
CONTROLO E DOMÍNIO DA Partida "É quase impossível fazer nos 90 minutos aquilo que nós pretendemos. Reforço aquilo que disse. Tivemos uma boa entrada, que é o nosso momento, depois há o momento do Bolonha, em que tem mais minutos de posse de bola. Os centrais muito largos obrigaram-nos a estar juntos, a estar compactos, a saber defender a largura e a saber, também, defender o espaço interior, porque muitas vezes os laterais estavam por dentro para criar esses equilíbrios. O objetivo deles era trazer sempre o jogo à largura e depois meter muita gente a correr entre linhas e, também, na profundidade. Nós controlámos bem. Controlámos praticamente as iniciativas nesse sentido, e depois, nesse momento, podíamos ter uma outra transição mais feliz, especialmente à largura e até mesmo nas nossas saídas do guarda-redes; hoje [quarta-feira] tínhamos outro plano: ir alternando entre as saídas longas e as curtas. Mas lá está, tivemos o nosso momento, o Bolonha teve o momento deles e depois tivemos nós, no final da 1.ª parte e na 2.ª parte, praticamente a controlar e a dominar o jogo."
O GOLO QUE FALTOU
"Nós perdemos a oportunidade foi de fazer 12 pontos, porque não conseguimos marcar um golo. Olhando para a exibição, penso que foi isso que faltou, faltou-nos marcar um golo que nos permitisse ter 12 pontos."
MUITAS PARAGENS NO MELHOR MOMENTO DA EQUIPA "Do árbitro, aquilo que nós queríamos era que o jogo não parasse tanto nas transições. Houve sempre muita gente no chão e [o árbitro] podia ter controlado um bocadinho melhor o jogo, para ser mais corrido e mais vivo, particularmente quando nós tivemos o nosso momento, quer no início, mas, sobretudo, na 2.ª parte. Nós sabíamos, porque analisámos muito bem o Bolonha, que era praticamente impossível uma equipa pressionar da maneira como eles pressionam durante 90 minutos. Nós tínhamos de saber ser inteligentes quando tivéssemos de defender, compactos, sólidos e não permitir oportunidades aos adversários, porque o nosso momento acabaria por chegar. Por isso, quando o jogo está do nosso lado, aquilo que nós queremos é que não haja quebras e que o jogo seja mais rápido. Relativamente à primeira questão [sobre a finalização], a única forma que eu entendo é trabalho, trabalho, trabalho. É aquilo em que eu acredito e é nessa perspetiva que eu direciono os meus jogadores, para que eles continuem a trabalhar. Independentemente dos jogadores, porque temos os pontas de lança e, normalmente, são aqueles que têm a obrigação de marcar golos. Para nós, a obrigação vem da equipa, e o volume de golos marcados que nós temos vem da equipa. E hoje [quarta-feira] tivemos os avançados, os médios e, curiosamente, os dois laterais dentro da área para rematar e poder marcar golos. Por isso, o mais importante é nós criarmos sempre, ter o jogo ofensivo em que nós acreditamos e criar um número de oportunidades suficientes para poder marcar golos."
ACREDITAR ATÉ AO FIM
"Aquilo que nós queríamos era vencer o jogo, foi com essa ambição, e você viu, os jogadores acreditaram sempre até ao fim, e criámos oportunidades mais que suficientes para marcarmos. Por isso, não conseguimos; valorizar os 10 pontos que temos, temos mais dois jogos para vencer pontos que nos possam garantir seguir em frente na prova, porque é o nosso objetivo."
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