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Camisola Principal Benfica 24/25

Edição de sexta-feira, 25 de outubro 2024

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"Temos a ambição enorme de estar na final four"


 

Benfica recebe às 20h15 desta quarta-feira, 30 de outubro, o Santa Clara, em jogo válido para os quartos de final da Taça da Liga. Na antevisão a novo duelo marcado para o Estádio da Luz, Bruno Lage revelou que a equipa está apostada em aliar uma grande exibição a um triunfo que lhe permita alcançar o objetivo de avançar à final four da competição.

Na conferência de Imprensa realizada no Benfica Campus, o treinador das águias assegurou que o foco da equipa está sempre direcionado para o próximo jogo, que representará uma nova oportunidade de "alcançar a consistência de rendimento desejada" numa altura em que o tempo para treinar, disse, é curto.

Satisfeito pelo contributo que todos os jogadores têm dado à equipa, o técnico reforçou que vai partir para o embate com o Santa Clara, na estreia do novo formato da Taça da Liga, com o melhor onze à sua disposição, adiantando que Barreiro, Prestianni e Tiago Gouveia estão a "evoluir muito bem" no processo de recuperação das respetivas lesões, embora ainda a treinar à parte do grupo.

Bruno LageTendo em conta que este jogo é a eliminar, e comparativamente ao duelo da Liga, espera um Santa Clara diferente?Não prevejo uma equipa diferente do que aquela que jogou há cerca de mês e meio connosco e daquilo que tem feito ao longo do Campeonato. Assim como, para nós, nada muda, porque, desde o momento em que cá cheguei, todos os jogos são encarados como finais. Por isso, amanhã [quarta-feira, 30 de outubro] é mais um jogo, é mais uma final para nós, porque temos a ambição enorme de estar na final four e temos de estar, novamente, com a ambição de fazer um grande jogo. Porque é, realmente, um adversário muito competente e isso é reflexo, quer do jogo que fizemos aqui, quer pela excelente campanha que está a fazer no Campeonato. Nós temos de estar com uma ambição enorme de fazer uma grande exibição e seguir em frente na prova.

Queria questionar-lhe quanto à prioridade que pode dar, ou não, em relação ao Campeonato Nacional e à Liga dos Campeões, a esta competição [Taça da Liga]. Se houver a necessidade de fazer escolhas, esta competição está num patamar secundário? Com a densidade competitiva terá, obviamente, de fazer alterações na equipa. Pergunto-lhe, também, se será uma equipa bastante diferente da que jogou na última partida [Benfica-Rio Ave]?

A prioridade, neste momento, é sempre o próximo jogo. A forma como olhamos para o jogo de amanhã [quarta-feira, 30 de outubro] é de procurar, o mais rápido possível, a consistência que pretendemos ter. Nisso, há duas coisas que vão sempre contra a consistência que pretendemos na equipa: o espaço temporal que ficamos, por vezes, sem competir, e a outra, claramente, são as muitas alterações sem ainda termos uma base sólida. Por isso, vou olhar para o jogo de amanhã [quarta-feira, 30 de outubro] da mesma forma que fiz com o último. Se entender que há jogadores que possam entrar no onze para a equipa continuar a render, é isso que farei. A prioridade é, sem dúvida, o jogo de amanhã [quarta-feira, 30 de outubro]. Trata-se de uma final para nós e temos muita ambição de seguir em frente na prova.

Bruno Lage"Amanhã [quarta-feira, 30 de outubro] é mais um jogo, é mais uma final para nós e temos de estar, novamente, com a ambição de fazer um grande jogo"Bruno Lage

Desde a última vez em que falou de Renato Sanches, ele já foi suplente utilizado em duas partidas. Pergunto-lhe se, nesta altura, ele já está pronto para ser titular amanhã [quarta-feira, 30 de outubro] e se faz sentido pensar que ele pode ter o impacto na equipa que teve na primeira passagem pelo Benfica, em 2015/16?

Neste momento, sinto o Renato [Sanches] à semelhança de todos os outros jogadores. Todos eles podem ser titulares a qualquer momento. O Renato, em particular, tem dado boas respostas nos dois jogos que entrou e nos treinos que tem vindo a realizar. E, claro, o impacto que o jogador possa ter... foi contratação do Clube, toda a gente acredita no Renato aqui dentro, toda a gente conhece o Renato. Eu não tive oportunidade de o treinar aqui, mas já o treinei anteriormente, como vocês sabem, em Swansea. Nós sabemos o impacto que ele teve aquando da chegada da equipa técnica, na altura liderada pelo Carlos Carvalhal, no Swansea e o quanto nós lamentámos a sua lesão, após o alto rendimento e o contributo que ele deu à equipa. Por isso, é um jogador muito importante, mas coloco-o à semelhança de todos os outros, que têm feito um trabalho muito positivo. É só ver os dados e as boas exibições de alguns atletas que têm saído do banco e que nos têm dado essa convicção: que muitos deles estão próximos de poder jogar. A jogar de três em três dias não há titulares, há, sim, aquilo que eu quero que a equipa tenha, que é uma consistência de rendimento que eu sinto que esta equipa pode atingir.

Bruno Lage"A jogar de três em três dias não há titulares, há, sim, aquilo que eu quero que a equipa tenha, que é uma consistência de rendimento que eu sinto que esta equipa pode atingir"Como viu a entrada, no último jogo, do Amdouni e do Schjelderup, que contribuíram para a sua equipa com um golo [cada um]? Poderão ser titulares agora, frente ao Santa Clara? Poderemos ter o regresso de jogadores como o António Silva, o Florentino e o Rollheiser?

Mais uma vez, estão a tocar exatamente naqueles jogadores que têm saltado do banco e dado um contributo enorme à equipa, e isso deixa-me realmente muito satisfeito. Foi o Renato [Sanches], foi o Zeki [Amdouni], foi o Schjelderup, toda a gente tem dado um contributo à equipa. Até vou dizer um nome que ainda não mencionaram: o Beste, que fez um jogo muito bom na Taça de Portugal, marcou dois golos e agora voltou a fazer uma boa exibição. O que eu quero, neste momento, independentemente dos nomes, é eles perceberem que, quando forem chamados, têm de dar o contributo à equipa, e o que eu quero, neste momento, para a equipa do Benfica, é perspetivar que rendimento nós podemos vir a ter e ter consistência no nosso jogo. Isso é o mais importante. No último jogo, senti que, para aquele momento, tinha de fazer uma alteração em termos de estratégia e de disposição da equipa, e coloquei o Beste em campo, tirei o Tino [Florentino]. Nem o Beste é titular, nem o Tino [Florentino] é suplente, e é dessa maneira que vamos jogar amanhã [quarta-feira, 30 de outubro]. Olhar para aquilo que os jogadores têm vindo a fazer, completamente satisfeitos com o rendimento da equipa, em termos globais, e perspetivar o jogo com o melhor onze, da melhor maneira, para vencer o jogo de amanhã [quarta-feira, 30 de outubro].

Bruno Lage"[Barreiro, Prestianni e Tiago Gouveia] Estão os três a evoluir muito bem. Estiveram os três no treino, a treinar à parte, ainda não com a equipa"Queria pedir-lhe para atualizar o estado físico de Leandro Barreiro e Prestianni, se já poderão ser opção em breve e, já agora, também, sobre a evolução da lesão de Tiago Gouveia.

Estão os três a evoluir muito bem. Estiveram os três no treino, a treinar à parte, ainda não com a equipa.

A questão que lhe coloco é sobre o ponta de lança do Benfica, Pavlidis. Em oposição com os rivais diretos, Gyökeres [Sporting] e Samu [FC Porto], Pavlidis está um pouco atrás a nível dos golos marcados. O que lhe pergunto é se esta "seca" do avançado pode, de alguma forma, ferir o Benfica, e se é algo que o tem preocupado e que tem tentado trabalhar?

A sua questão é uma questão muito interessante, de olhar para a questão individual e comparar o ponta de lança do Benfica com os pontas de lança do Sporting e do FC Porto. Mas nós, aqui, enquanto treinadores, temos de ver a questão em termos coletivos. Quando eu olho para os dados objetivos, nos jogos que eu realizei enquanto treinador, temos 26 golos marcados e 6 golos sofridos. Tenho de olhar sempre para o rendimento da equipa e para aquilo que a equipa produz em termos ofensivos. Neste momento, estou satisfeito, porque para os golos surgirem tem de haver um trabalho de toda a gente e, hoje, toda a gente ataca e toda a gente defende. As movimentações do Pavlidis, fundamentalmente no último jogo [Benfica-Rio Ave], foram muito importantes para abrir espaços, por exemplo, para o Aktür [Aktürkoğlu] poder fazer os golos que fez. A entrada do Arthur [Cabral], no golo do Schjelderup, o movimento dele é muito importante para aquele espaço e para o Schjelderup poder, na primeira ou na segunda vez que toca na bola, fazer o golo. Por isso, eu tenho de olhar é para a questão coletiva. Agora, claro que há coisas que todos podem melhorar. Acreditamos que, com o tempo e com o trabalho, toda a gente vai melhorar. Recordo que, há três jogos atrás, o atleta [Pavlidis] jogou pela seleção em Wembley e marcou dois golos [pela seleção da Grécia frente à Inglaterra]. O mais importante é nós estarmos todos convictos do trabalho que estamos a fazer, dar total confiança a todos os jogadores, para que eles, a cada oportunidade, possam contribuir com rendimento para a equipa.

Bruno Lage"Tenho de olhar para o rendimento da equipa e para o que produz em termos ofensivos. Neste momento, estou satisfeito, porque, para os golos surgirem, tem de haver um trabalho de toda a gente e, hoje, toda a gente ataca e toda a gente defende"Numa altura em que não está a marcar tantos golos, sente que Pavlidis já está a acusar a pressão? Teve necessidade de conversar com ele para reforçar a confiança que tem pelo que ele está a fazer neste momento na equipa?

Vou usar a palavra que você usou e que faz imenso sentido, que é a pressão que ele tem de fazer quando nós temos de defender. Todos eles têm feito um trabalho fantástico nesse sentido. Eu reforço a visão da nossa parte, que tem de ser em dados objetivos daquilo que é a análise coletiva. É verdade que um ponta de lança vive de golos, gosta de dar o contributo com golos à equipa. Em termos dos adeptos e das pessoas que gostam de futebol, é sempre um jogador que é avaliado em função dos golos. E o contributo mais visível é o número de golos que o ponta de lança dá. Mas nós temos de ver a questão de outra maneira. Eu falo com toda a gente, nós fazemos a análise praticamente a seguir a cada jogo em termos globais e, por vezes, em termos individuais. Tenho falado com toda a gente, porque, quando não temos tanto tempo para trabalhar, tem de ser essa a forma de analisar, de perceber e de colocar os jogadores a perceber a movimentação dos outros. É um trabalho que nós temos estado a fazer. Eu entendo a pergunta, mas a nossa visão é sempre mais global e é isso que nos faz mais sentido neste momento.

Bruno Lage"Acho que os espaços entre os jogos deviam ser maiores. Para as equipas criarem automatismos, tem de haver tempo para treinar"O Benfica jogou há menos de 48 horas e volta a entrar em campo amanhã [quarta-feira, 30 de outubro]. Numa altura em que tanto se fala da sobrecarga competitiva e de um excesso de jogos, faz sentido ter esta competição, que, no fundo, é a quarta competição nacional, encaixada entre duas eliminatórias europeias, e, depois, uma final-four no início de janeiro, antes de duas jornadas decisivas, também na Liga dos Campeões? Este formato da competição também faz sentido, quando exclui quase 30 das 36 equipas profissionais?

A sua pergunta é a mais difícil de responder. Vou por partes. Acho que faz sentido a competição. Preferia fazer uma fase de grupos. Agora, aquilo que eu gostava de ter era tempo para treinar. Independentemente de ter feito a pré-época ou não, acho que temos de pensar e ponderar muito bem o tempo que nós temos para treinar, porque o futebol... os jogadores precisam de ter tempo para treinar, para recuperar, para aquisição, e, depois, para poder voltar à competição. Temos pensado sobre isso, mas queria procurar e refletir um pouco o que acontecia há cinco anos. Tínhamos mais tempo para treinar entre os jogos. Até mesmo entre os períodos das seleções, os jogadores iam para a seleção e chegavam com mais tempo aos clubes. Se calhar, temos de arranjar uma maneira de arranjar um espaço temporal entre jogos, e, depois, enquadrar as competições, para poder jogar para as ligas nacionais ao fim de semana, poder jogar jogos de Liga dos Campeões a meio da semana, mas eu acho que tinha de haver um maior tempo e espaço entre os jogos. Essa é a minha opinião, porque, qualquer dia, só temos a pré-época para o fazer, e, mesmo na próxima pré-época, se houver uma outra nova competição, nem o tempo de pré-época temos para treinar. Para o futebol, para os jogos, para a continuidade de os jogos serem mais competitivos, eventualmente para haver menos lesões, acho que os espaços entre os jogos deviam ser maiores, e, para as equipas criarem automatismos, tem de haver tempo para treinar.

É um bocado inevitável falar de um dos temas do futebol português neste momento. Com que olhos vê a possível saída do Rúben Amorim do Sporting, tendo em conta que é um dos principais adversários do Benfica e um dos principais rivais nesta temporada?

Entendo que é o assunto do momento, mas, para nós, o assunto do momento é o Santa Clara. O Rúben [Amorim], neste momento, é treinador do Sporting. Nós não vamos jogar contra o Sporting, vamos jogar contra o Santa Clara. Aquilo que é importante para nós, a competir de três em três dias, é estarmos muito focados no Santa Clara e, a estarmos focados em algum treinador, tem de ser no Vasco [Matos] e no excelente trabalho que tem vindo a realizar.


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