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Camisola Principal Benfica 24/25

Edição de sexta-feira, 11 de outubro 2024

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Fernando Tavares em grande entrevista


 

Numa grande entrevista à BTV, o vice-presidente Fernando Tavares abordou o planeamento efetuado para 2024/25 nas equipas masculinas e femininas das cinco modalidades de pavilhão do SL Benfica.

Neste Especial Informação, além da vertente desportiva, o dirigente escalpelizou os investimentos efetuados, detalhou as decisões tomadas, o modelo implementado e indicou caminhos para as conquistas futuras.

"Não conheço nenhuma organização que consiga otimizar ou potenciar os seus resultados sem fazer investimento. Haverá o momento, aquele em que estamos a viver, em que teremos de criar sustentabilidade financeira, isso é extremamente importante", disse Fernando Tavares, sublinhando que o orçamento é "ajustado" às necessidades.

O impacto da COVID-19 e a forma como o Clube elaborou um plano de reconstrução foi reafirmado pelo vice-presidente, cuja meta traçada para a presente temporada é clara: superar os 23 títulos e troféus averbados em 2023/24.

Fernando TavaresORÇAMENTO: "UMA APOSTA ADEQUADA" "O orçamento é uma aposta adequada em relação aos pergaminhos do Clube e em relação àquilo que é uma aposta absolutamente declarada sobre a necessidade de ter equipas competitivas e poder ganhar. O problema coloca-se, muitas das vezes, em como executamos esse orçamento e não propriamente em relação à dimensão do orçamento. Porque estamos a falar de orçamento, e foi um tema fortemente debatido na Assembleia Geral e fora dela, gostaria de explicar que o comportamento financeiro das modalidades no exercício de 2023/24 não contribuiu de forma alguma para o prejuízo que o Benfica, como clube, obteve: um resultado de exploração negativo de cerca de 1,5 milhões de euros [M€]. Nós tínhamos nas modalidades um prejuízo em plano de 24 M€, sem considerar todas as outras receitas que fazem parte do Clube, e no final do exercício obtivemos um prejuízo de 22 M€. Portanto, tivemos um delta positivo em relação ao que estava no plano. Esse delta de 2 M€ é explicado basicamente por dois fatores: fator custo e fator proveito. Na área do custo, conseguimos descer o custo em relação ao que estava orçamentado em 1 M€, e o principal contribuinte foi a modalidade de andebol. Quando senti que os objetivos desportivos da equipa de andebol [masculino] estavam em causa, dispensei três jogadores, negociei as suas saídas e ainda consegui obter algum proveito com fees de transferência. Três jogadores da equipa de andebol que eram os mais caros: o Mike Jensen, o Petar [Djordjic] e o Yoav Lumbroso. Essa contribuição do andebol permitiu melhorar o nosso desempenho em relação ao orçamento em cerca de 700 mil euros, entre 600 e 700 mil euros. A diferença para o 1 M€ foi o esforço que fizemos durante o ano em relação à necessidade de esmagar custos, principalmente, nas deslocações e saídas. O que fizemos? Reduzimos o número de pessoas em staff que se deslocam com as equipas, passámos a viajar de véspera só quando era estritamente necessário e isso contribuiu para uma poupança, em relação ao que estava orçamentado, em cerca de 1 M€."

OS PROVEITOS

"Na área dos proveitos – o benefício de 1 M€ acima do plano –, são conduzidos essencialmente pelo futebol feminino. A venda da Kika [Francisca] Nazareth, 500 mil euros; cerca de 300 mil euros dos prize money da UEFA. O que tínhamos em plano era a qualificação para a fase de grupos; não tínhamos em plano a premissa de que podíamos passar essa fase para os quartos de final, e qualificámo-nos. Depois, o remanescente, entre 150 e 200 mil euros, que tem a ver com a participação das nossas jogadoras no Campeonato do Mundo, através de comparticipações que a FIFA e a FPF dão aos clubes que colocam jogadoras nas seleções. Portanto, o prejuízo do Benfica não tem absolutamente nada a ver com a gestão das modalidades. Creio que temos um orçamento ajustado àquilo que são as nossas necessidades. Dentro daquilo que hoje é um orçamento de 29 M€ e no passado era de 33 M€, o futebol feminino passou do Clube para a SAD. Nas modalidades, tenho um controlo efetivo e direto, responsável, em cerca de 50%, que tem a ver basicamente com os gastos com pessoal, as contratações dos atletas, as contratações dos treinadores, a relação que temos com o nosso HPD [Health & Performance Department] sobre a alocação de custos de toda a área médica. Essa é uma responsabilidade efetivamente minha."

Fernando TavaresA RECONSTRUÇÃO PÓS-COVID "Se olharmos para aquilo que foi a tendência dos gastos com o pessoal que as modalidades tiveram nos últimos quatro anos, projetando também 2024/25, verificamos que antes do ano de COVID-19, na época desportiva 2019/20, o Benfica , com as top 5, gastou 10 M€ com o pessoal; na época seguinte, 2020/21, uma época de incerteza, fizemos um corte de cerca de 30% nos salários, negociámos saídas e negociámos algumas descidas de salários, com a aceitação dos atletas e dos treinadores, e foi possível reduzir o orçamento para 7 M€. Preferimos fazer este exercício, mas mantendo o pagamento dos salários. Havia muita incerteza. Quando descemos de 10 M€ para 7 M€, também tem que ver com jogadores que saíram do Benfica. Esse momento acabou por contribuir para desconstruir as nossas equipas. Feriu a competitividade das nossas equipas. Quando nós retomamos a época de 2021/22, que é uma época de reconstrução do ponto de vista desportivo, aumentámos o orçamento de 7 M€ para 9 M€; na época 2022/23 para 11M€; e em 2023/24 para 13 M€. O que está projetado para 2024/25 é o valor de 14 M€. Se olharmos para esta tendência, temos mais 40%, mas temos mais equipas e mais competitividade. Como medimos o retorno pelos títulos? Se olharmos para os títulos, em 2019/20 tivemos 9, e em 2020/21 tivemos 11. Depois [tivemos] 17 títulos, 23 títulos, e no ano passado 23 títulos. Enquanto os custos dos gastos com pessoal cresceram 40%, a curva dos títulos cresceu 256%. Não conheço nenhuma organização que consiga otimizar ou potenciar os seus resultados sem fazer investimento. Haverá o momento, aquele em que estamos a viver, em que teremos de criar sustentabilidade financeira, isso é extremamente importante. Se quisermos usar outro indicador, um título em 2019/20 custou ao Benfica 1,1 M€, e um título em 2023/24 custou ao Benfica 565 mil euros."

AUMENTO DA APOSTA NO FEMININO

"Em 2019/20 gastávamos 500 mil euros, agora são 3,5 M€ nas equipas femininas. Houve um aumento significativo da aposta no feminino, que se traduziu em mais investimento, para além de mais qualidade e mais investimento nas equipas. Por exemplo, quando olhamos para a equipa de hóquei em patins [masculina] em 2020/21, alguém poderia acreditar que sem um investimento num Pablo Álvarez, num Nil Roca ou num Roberto di Benedetto, nós conseguiríamos ganhar cinco títulos em 14 possíveis? Não teria sido possível. O retorno desportivo tem de estar associado ao investimento. Isso significa despesismo? Não, de todo. Significa rigor, porque fazemos com rigor. Respondo pelo bolo financeiro que o Benfica tem alocado às modalidades. O resto do bolo tem que ver com os serviços externos, que é conduzido por políticas de rigor, centralizadas, no nosso departamento de compras, no departamento financeiro, onde tudo é decidido ao nível dos fornecimentos de serviços externos. Temos de crescer mais nos títulos masculinos, mas é tão importante no feminino como no masculino. É uma questão determinante para nós. Criámos mais retorno emocional e desportivo ao esforço e ao investimento que foi feito – e caucionado e apoiado pelo Presidente Rui Costa, que tem sido um apoiante incondicional das modalidades –, e esta curva de crescimento a que nós assistimos."

Fernando TavaresFORMAÇÃO A CRESCER E A CONSTRUÇÃO DAS EQUIPAS PÓS-PANDEMIA "Neste trajeto de quatro anos, fizemos uma forte aposta na Formação. Pensámos no curto prazo, investindo nas equipas e mais no feminino, mas também pensámos a médio/longo prazo. Criámos mais apoios para a Formação, reestruturámos de forma a poder criar condições para que atletas como Zé Miranda possam entrar nas equipas principais. Isso é fundamental para a sustentabilidade financeira. Quando iniciámos este projeto, pensámos o nosso modelo de desenvolvimento desportivo. Estávamos num período de completa desconstrução por causa da COVID-19. Havia que repensar a forma de construir as equipas. O que nós fizemos foi dividir o nosso modelo de desenvolvimento em quatro fases: 1) Reconstruir, é a linguagem que temos dentro do contexto das modalidades; 2) Consolidar; 3) Ajustar; 4) Liderar. Depois, quando chegamos à 4.ª fase, temos outra fase que é uma fase dinâmica e que se mantém no processo e no modelo, que é a fase de renovar. Se não faço nada e não renovo, vai acontecer declínio, como acontece em todas as organizações, e vê-se no passado em muitas equipas. Queremos evitar para o futuro."

OLHAR COM DETALHE PARA CADA MODALIDADE

"Tentámos identificar onde estava cada modalidade. O voleibol masculino, o futsal feminino e o hóquei em patins feminino estavam numa posição de hegemonia. Há que entrar em registo de renovação sistemática para evitar declínios. Em outras modalidades tivemos de reiniciar do zero. Identificámos em cada modalidade o que tínhamos de fazer para que a modalidade subisse de degrau para degrau até à liderança, com exceção do andebol [masculino]. Dentro de cada fase temos de equacionar três pilares: 1) Plantel; 2) Processo; 3) Resultado. Quando olhamos para estes três pilares, eles estão em pontos distintos da curva de crescimento. Um exemplo claro pela negativa… O nosso futsal masculino está com pouco processo, pouco resultado, mas o plantel está muito bem consolidado, porque aproveitámos para contratar uma excelente base de jogadores portugueses que nos garantem futuro. Temos de potenciar os jogadores para que os resultados sejam consolidados de acordo com a qualidade da equipa. No andebol feminino, a equipa foi tricampeã nacional, podemos dizer que está numa situação de hegemonia, mas quando estamos dentro da modalidade, da equipa, e do processo, percebemos que o processo está atrás dos resultados. Por isso, requalificámos a equipa técnica para colar o processo aos resultados. O que pode parecer um regredir do desempenho da equipa, não é mais do que a curva a adaptar-se. Temos de acelerar o processo para manter os resultados lá em cima. É uma forma de colocar estratégia no desenvolvimento das modalidades."

Fernando TavaresO MODELO DE DESENVOLVIMENTO DAS Equipas "Criámos um modelo de desenvolvimento para as equipas, uma pirâmide com quatro fatias: a base é o talento e desenvolvê-lo; uma segunda fatia a parte dos dados, do modelo de dados, pois trabalhamos com muitos dados e estatística, pelo que pretendemos transformá-los em informação útil; uma terceira fatia da pirâmide é uma capacidade física associada ao alto rendimento. Trabalhámos muitas horas com o nosso HPD [Health & Performance Department], modalidade por modalidade, atleta por atleta, modelo de jogo, como adaptar as capacidades físicas ao que estamos a fazer. Estamos dentro desse processo. Estamos a crescer nesse processo. Por último, o modelo de jogo, único, transversal a todas as equipas que indicámos com a entrada do Edu Castro e do Cassiano Klein. Estamos longe daquilo que queria fazer nesta área. Por exemplo, na área do futebol feminino, existe um modelo único evolutivo, transversal a todas as equipas desde as Sub-10. Se queremos ter um futuro nisto, temos de implementar um modelo de jogo transversal a todas as equipas. Isto resume um pouco a estratégia desportiva associada a cada uma das modalidades no top 5."

AUMENTO SIGNIFICATIVO DO PÚBLICO NOS PAVILHÕES

"O Presidente Rui Costa tomou a decisão de abrir os pavilhões aos sócios. A procura é maior do que a oferta. Visou fazer uma melhor gestão do espaço e as equipas sentirem que estavam a jogar em casa. Fora, temos sempre muito apoio. Agradeço a contribuição do público para fazer o que fizemos em momentos difíceis. O apoio do público foi fantástico. Tem havido um crescimento muito grande no feminino. O voleibol feminino está a ser muito atrativo para o público. Quadruplicámos o número de pessoas no pavilhão."

Fernando TavaresANÁLISE A CADA MODALIDADE: FUTSAL Feminino "Resta continuar a ganhar, aquilo que elas sabem fazer. O Alexandre Pinto é um excelente treinador, acompanhado pela sua equipa técnica, balneário muito forte comandado na excelência pela Inês [Fernandes], pela Ana [Pereira] e pela Sara [Ferreira], jogadoras que estão há muitos anos no Benfica. Transportam a Mística, muita ambição. É uma modalidade que está lá em cima na nossa curva da hegemonia, da liderança. O que temos de continuar a fazer é ir renovando. Entraram agora duas jovens jogadoras, a Ana Oliveira e a Madalena Ferraz. A Ana Oliveira tem 18 anos e a Madalena Ferraz tem 17 anos, são o futuro, além das guarda-redes Maria Inês e a Alexandra. Vamos continuar nesta construção ganhadora, que esta equipa faz muito bem. Tivemos um ano extremamente difícil [2021/22] com a saída da Janice e da Fifó, mas, às vezes, os problemas criam oportunidades. E aquele ano foi um ano extraordinário para fazer crescer as nossas jogadoras portuguesas, a Maria, a Leninha, que entretanto saiu, a Inês Matos... Quando a Janice e a Fifó voltaram, acabámos por ganhar mais qualidade na rotação das jogadoras e jogar com muito mais intensidade. Estamos muito satisfeitos com aquilo que estas senhoras fazem pelo Benfica e pelo futsal do Benfica."

FUTSAL MASCULINO

"Antes de mais, queria dizer aos Benfiquistas que falhei redondamente na contratação dos últimos dois treinadores, o Pulpis e o Mário Rui [Silva]. Não tem nada que ver com a capacidade dos treinadores, são treinadores muito competentes. Às vezes não é só o treinador que conta para o sucesso de uma equipa, mas o que é facto é que é uma responsabilidade minha, um falhanço do Fernando Tavares. Não há dúvidas nenhumas sobre isso. Não quero voltar a viver o que vivi em Braga com a eliminação da equipa de futsal na meia-final do play-off. Talvez tenha sido, em toda a minha vida dentro do Benfica, o pior momento que eu vivi. No pós-jogo vi uma equipa completamente fragmentada, cada jogador para seu lado, cada elemento do staff para seu lado, cada treinador para seu lado. Isso não quero voltar a ver no Benfica. É uma coisa proibitiva no Benfica. É estranho dizer isto, mas esse momento criou a oportunidade para fazer uma reflexão profunda sobre o que tínhamos de fazer, e o que tínhamos de fazer era uma volta de 180 graus, porque não se tratava da qualidade do plantel. Tivemos agora, há um par de dias, o Arthur, campeão do mundo. Tivemos cinco jogadores portugueses na Seleção Nacional no Campeonato do Mundo. Há muitos anos que não colocávamos cinco jogadores na Seleção num Campeonato do Mundo. Nós temos uma das melhores equipas do mundo, portanto, não é pela qualidade do plantel que não conseguimos resultados. Para mim, era um problema de processo, quiçá um problema de liderança, um problema de estrutura e havia que fazer algo."

Fernando TavaresCONTRATAÇÃO DE CASSIANO Klein "Atuei em dois pontos: na contratação do Cassiano Klein. Pessoalmente, trabalhei muitas horas para ele poder vir, porque era um treinador que queria muito no Benfica. Já estava referenciado, mas havia um problema com a qualificação do treinador, porque a UEFA, a FPF e o IPDJ não reconhecem os níveis dos treinadores de futsal no Brasil. Durante dois meses, eu trabalhei com o Cassiano para ir resolvendo e tirando todos os obstáculos da frente. Durante dois meses, troquei 2000 mensagens com o Cassiano. Falávamos 2/3 horas por dia. Criámos uma empatia extraordinária. Sem ele estar cá fisicamente, senti nesse processo que era o treinador certo para o Benfica. Não tenho dúvidas nenhumas, neste momento, sobre isso. Houve momentos em que eu estava mais em baixo, em que acreditava menos que era possível trazê-lo, ele puxava-me para cima, e houve momentos em que ele acreditava menos e eu puxava-o para cima. Foi um processo longo, que envolveu a Confederação Brasileira de Futsal, a Confederação Brasileira de Futebol, a CONMEBOL, que é a UEFA sul-americana, a Federação Portuguesa de Futebol, o IPDJ e a UEFA. Fizemos tudo by the book. Por isso, também tardámos na comunicação do treinador. Felizmente, o treinador tem a sua cédula de nível III passada pelo IPDJ para poder treinar a equipa do Benfica. A entrada do Cassiano vai aumentar a responsabilidade dos atletas, porque o que se vai passar no nosso futsal vai ser algo ascendente e sempre progressivo, sempre a melhorar. Tenho poucas dúvidas sobre isso, mas os atletas vão ter de ter capacidade para se adaptar a um nível de exigência completamente diferente, quer do ponto de vista tático e técnico, quer do ponto de vista físico. Todos os sinais que estou a ter da parte dos jogadores são extremamente positivos em relação ao tipo de trabalho que tem sido desenvolvido. Mesmo os jogadores que recentemente chegaram do Campeonato do Mundo. Estamos no processo, o Cassiano, para mim e para o Benfica, é o treinador certo, vai trazer mais competitividade, mais agressividade, mais resultados e melhoria da qualidade do nosso futsal."

A VALIA DE RAUL MOREIRA

"Paralelamente, tomei outra medida. Contratei o Raul Moreira como coordenador para o futsal, que, em conjunto com o Gonçalo Alves, vai liderar e fazer a gestão da modalidade. O que é que o Raul traz? Experiência, conhecimento do meio, conhecimento do jogo e é sempre uma ajuda para qualquer treinador. Conhece muitos jogadores do Benfica formados no Caxinas e foi o principal responsável pelo projeto extraordinário, único e evolutivo que se viveu no futsal português que se chama Caxinas. Acho que estão reunidas todas as condições para termos sucesso, mas, repito, ascendente e progressivo. Os jogadores vão ter de ter capacidade para se adaptar a um nível de trabalho radicalmente diferente. Paralelamente, a importância da formação: somos um país de futebol e de futsal, portanto, temos a obrigação de saber formar melhor. O que pedi ao Cassiano foi para rever todo o nosso modelo de jogo na formação. Somos uma entidade formadora reconhecida pela Federação Portuguesa de Futebol, mas é importante que os treinadores e os jogadores se adaptem ao modelo que queremos para o nosso futsal. É nesta integração que podemos ter sucesso hoje e amanhã".

Fernando TavaresHÓQUEI EM PATINS Masculino "Gostaria de dar um passo atrás para dizer o seguinte: o hóquei em patins do Benfica foi bicampeão nacional em 2015/16, e nos últimos 15 anos só uma campeã foi bicampeã. O que aconteceu após esse bicampeonato foi o declínio, estivemos cinco anos sem ganhar. Ganhámos a Taça 1947 e, no ano da COVID, íamos à frente do Campeonato… Estamos a falar de uma modalidade que tinha de iniciar um processo de reconstrução. É impossível pensar que a equipa de 2020/21 podia vir a ser campeã nacional. Não era possível, nós não tínhamos qualidade suficiente para isso. Portanto, tínhamos de fazer investimentos. Às vezes não ganhamos, mas sentimos que o processo está a dar resultados. Se compararmos os três anos antes dos últimos três, em 11 títulos possíveis, fomos a duas finais e ganhámos uma competição; nos últimos três anos, em 14 [títulos possíveis] fomos a nove finais e ganhámos cinco competições. Os números falam por si em relação ao retorno do investimento. Estamos satisfeitos? Não, não estamos satisfeitos, queremos sempre mais, mas temos de pensar no processo, e estamos no caminho certo."

UM MODELO A SEGUIR

"O hóquei, com a liderança de Miguel Campos e de Valter Neves, que fazem os dois um trabalho extraordinário, é um role model, é uma coisa a seguir e a copiar por todas as modalidades. Durante este trajeto, tivemos de tomar decisões, que por vezes fazem sentir que estamos a regredir ou que o resultado pode não aparecer. Vou dar um exemplo: tive de tomar a decisão de não renovar com o Edu Lamas. Sabendo que não renovando com ele – e sabendo que ele ia reforçar um rival –, dentro daquilo que era o modelo de jogo de Nuno Resende, assente num muito forte sistema defensivo, ia enfraquecer [a equipa]. Tivemos oportunidade de olhar para todas as equipas ganhadoras do Benfica nos últimos 30 anos, e a que teve melhor comportamento defensivo foi a equipa de Nuno Resende. Tive essa conversa com o Edu Castro, para lhe dizer que era preciso manter isto e crescer ofensivamente. Tive de tomar a decisão de não renovar com o Edu Lamas, correndo o risco de poder perder o Campeonato na época a seguir, porque ele era uma peça-chave no sistema do Nuno Resende, que me pediu a renovação do jogador. Fui eu que decidi não renovar com o jogador, porque, no meu modelo de desenvolvimento desportivo, temos de pensar no médio e no longo prazo. Tinha um jogador emprestado ao Murches, o Zé Miranda, que precisava de minutos para crescer. Hoje, o Zé Miranda foi um titular da Seleção Nacional que participou no Campeonato do Mundo."

ESFORÇO PARA MELHORAR A EQUIPA

"Fizemos um esforço neste ano para melhorar a equipa, com a entrada do Pau Bargalló e o regresso do João Rodrigues, um regresso que saúdo com muita satisfação, pois tive muita pena quando saiu do Benfica. O Pau [Bargalló], a cereja no topo do bolo, é um jogador absolutamente extraordinário como o Roberto Di Benedetto, um jogador determinante no que foram os últimos anos no Benfica, entre outros. Pau Bargalló vem trazer muita exigência, muita liderança, muito perfecionismo, muita dedicação e qualidade de excelência. Temos de estar orgulhosos da equipa que temos, com expectativas muito positivas, com obrigação de lutar por todos os títulos e de ganhar tudo. Mas no desporto isso nem sempre é possível. Só há uma coisa que não consegui fazer com esta equipa: manter o Pablo Álvarez para fazer uma rotação de excelência com o João Rodrigues. Ficaríamos então com dream team do ponto de vista da finalização. O Pablo, com pena sua e também por razões pessoais, teve de voltar para Barcelona. É o único calcanhar de Aquiles neste trajeto que fizemos durante estes anos. O Pau foi uma contratação difícil. Lembro-me de ter tido um almoço em Madrid com o presidente da federação espanhola de patinagem, que me disse: 'Fernando, não vais ser capaz de levar o Pau para o Benfica, isso seria um desastre para o hóquei espanhol.' Demorou nove meses a contratá-lo. Estive em Barcelona com o Miguel Campos e com o Valter Neves, a explicar-lhe o que era o Benfica, o que queríamos fazer no Benfica e o que poderia ser o Benfica com o Pau Bargalló."

Fernando TavaresA VINDA DE EDU Castro "Sobre o Edu Castro só tenho a dizer bem. Neste momento, na minha cabeça, o treinador do Benfica tinha de ser um treinador espanhol. Na minha opinião, a escola espanhola de hóquei está à frente da escola portuguesa, embora a competição mais forte esteja em Portugal. O que quis foi juntar a escola espanhola com a melhor competição ibérica. Não digo do mundo, isso é exagerado, mas a melhor competição ibérica. Mas o Edu Castro não veio para o Benfica implementar a escola espanhola; veio para integrar a escola espanhola de hóquei, uma escola muito tática, muito baseada em passe/receção. Ele tem uma expressão que é 'Não há nenhum jogador que corra mais do que a bola'. O jogo dele tem a ver com a receção, o passe e a intensidade do passe, mas ele diz também que a criatividade do jogador português é absolutamente extraordinária, e tenho de unir essas pontas para fazer desta uma equipa forte. Nos últimos três anos também trabalhámos a Formação, ganhámos três títulos em quatro possíveis, embora o objetivo na Formação não seja títulos, mas sim desenvolver os atletas para chegarem à equipa principal. Edu Castro vai fazer esse trabalho. A equipa Sub-17, que jogou o Campeonato Europeu de Clubes e perdeu nos livres diretos contra o Valongo, treinada pelo Tiago Rafael, já trabalha dentro do modelo de jogo do Edu Castro. É algo que nós teremos de implementar em todas as equipas. Lembro que Viti é formado no Valongo, mas tem um ano de Benfica. Temos também Martim Costa, Preciso e Rodrigo Duarte. São quatro jogadores que já trabalham na equipa principal com imensa regularidade. E vêm mais quatro jogadores atrás, com imenso potencial: o Martim Nunes, o Vasquinho, o Rafa e o Ataíde. Jogadores com imenso potencial. O Benfica, além de ter presente e uma equipa extraordinária, tem aqui também uma bolsa de jogadores com todas as condições para poderem chegar à equipa principal."

SAÍDA DE CARLOS NICOLÍA

"Foi muito simples. Quem tem responsabilidade da não renovação do Carlos Nicolía é o Fernando Tavares, fui eu que decidi não renovar. Há três anos, antes da ida para o Campeonato do Mundo, pediu-me para jogar mais dois anos no Benfica e, depois, acabar a carreira. Foi isso que fiz, dei-lhe dois anos de contrato e cumpri o que combinei com ele. É um fim de ciclo, um jogador extraordinário, um dos melhores do mundo, o melhor que vi jogar, comparando com o Livramento e com o Panchito. Agradecemos muito, mas é um fim de ciclo, é preciso tomar essas decisões, e a equipa está bem equipada para atacar todos os desafios da época desportiva."

HÓQUEI EM PATINS FEMININO

"O grande objetivo é atacar a Liga Europeia [Champions League]. Estamos agora com uma onda de lesões aborrecida. A entrada da Aimée Blackman, campeã do mundo pela seleção espanhola, vem trazer muita vantagem competitiva à equipa do Benfica. Com a entrada dela podemos efetivamente atacar a Liga Europeia [Champions League]."

Fernando TavaresVOLEIBOL Masculino "Estamos num processo de renovação da equipa, temos de acreditar no processo do Marcel Matz, que é um treinador com provas dadas, pentacampeão, bom treinador, boa equipa técnica. O que temos de fazer é trabalhar os novos reforços para poderem entrar no modelo de jogo do Marcel e poderem ganhar mais competitividade. Isto é um processo de integração e de subida de rendimento dos novos jogadores… Lembro aqui que na 1.ª época desportiva do Pablo Natan ninguém acreditava que o Pablo Natan se afirmasse. Na 1.ª época desportiva do Lucas França ninguém acreditava que o Lucas França se afirmasse, mas, no final, ambos se afirmaram. Isso vai acontecer com o Banderó. Sendo o oposto, uma posição-chave, o Banderó vai fazer uma 2.ª época melhor do que a primeira. E os outros três jogadores que reforçaram [a equipa] vão de certeza contribuir para o desenvolvimento da equipa. Temos um adversário forte, não o podemos esconder. O Sporting está bastante forte. O que o Sporting tem de fazer de nós é obrigar-nos a ser mais fortes a manter a hegemonia."

VOLEIBOL FEMININO

"Grande aposta do Benfica, é uma das modalidades onde nós fizemos um investimento significativo. É onde no futuro poderá haver um stress orçamental porque a modalidade está a crescer em todo o mundo. Há países em que as ligas femininas são superiores às ligas masculinas. Fizemos uma forte aposta na equipa com o mesmo treinador, mas essa aposta do ponto de vista da contratação foi fortemente conciliada com jogadoras formadas no Clube. O Benfica tem cerca de 200 atletas na Formação. É a modalidade que contribui mais em número de atletas em termos de Formação. No ano passado, em termos de atletas no masculino e feminino, tivemos uma época absolutamente histórica. Ganhámos 5 Campeonatos Nacionais, foi a melhor época de sempre numa modalidade em que existe hegemonia nortenha e é muito difícil desenvolver jogadores e captar talento. Em relação à equipa feminina, já ganhámos a Taça de Portugal e a Supertaça. Foi extremamente importante para nós. Lembro que no jogo no Dragão em que perdemos na negra por 3-2, no seis inicial estavam quatro jogadoras Sub-20: as irmãs Garcez, Mariana e Joana, a Matilde e a Alice, o que é absolutamente notável. Isso cria-nos a possibilidade de pensar no futuro e de acreditar no futuro. Isso também é sustentabilidade desportiva e financeira."

Fernando TavaresBASQUETEBOL Masculino "Norberto Alves é um treinador de afirmação, que vamos manter e que fez um trabalho extraordinário nos últimos três anos numa modalidade que tivemos de reconstruir a todos os níveis: reconstruir o plantel, o processo e obtivemos resultado em função disso. Um treinador tricampeão, com um feito histórico que foi, durante anos, qualificar-nos para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Estamos a passar por um momento extremamente difícil em termos de lesões. Jogámos muito condicionados com o FC Porto, na Supertaça, uma espinha na garganta, pois tivemos o jogo na mão. Mas, no prolongamento, a equipa fisicamente já não conseguia jogar ao nível da intensidade que o jogo exigia. Estamos, também, com dificuldades na certificação dos jogadores norte-americanos. Temos um problema para resolver com a AIMA e com a Federação. Saíram peças fundamentais e entraram jogadores com qualidade, diferentes, e o processo de integração vai ser um processo difícil, mas acreditamos que temos qualidade para repetir êxitos do passado."

BASQUETEBOL FEMININO

"Mais uma equipa que, quando pegámos, reconstruímos em conjunto com o Eugénio [Rodrigues]: 14 títulos nos últimos três anos. Temos um plantel com mais opções, com mais rotação. Temos grandes expectativas de repetir as conquistas nacionais e estamos com uma expectativa positiva em relação ao início do trajeto europeu desta noite. Tivemos a infelicidade das lesões da Marta [Martins] e da Artémis [Afonso], a Sidney [Brown] ainda não está inscrita. São três baixas, mas o plantel tem rotação suficiente para o que aí vem."

Fernando TavaresANDEBOL Masculino "'Saco azul', para mim, é quando uma organização ou clube, de uma forma ilegal, obtém fundos monetários para fazer pagamentos não declarados. Isso para mim é 'saco azul'. O que quero dizer aos Benfiquistas é que não existiu, não existe e não vai existir 'saco azul' dentro das modalidades do Benfica. Isso para mim é absolutamente claro, sem qualquer tipo de dúvidas. [Expectativas] Tivemos um feito histórico com a conquista da EHF, mas é dos tais exemplos em que nós pensamos que está tudo bem e o processo não está lá, o plantel não está lá, e o resultado apareceu. O nosso objetivo para esta época desportiva é, do ponto de vista nacional, fazer melhor do que fizemos no ano passado. Sabemos que vai ser muito difícil atingir o 1.º lugar. É duro de dizer aos Benfiquistas. Mas vamos lutar por isso. Lembro apenas que se ficarmos em 2.º lugar, esse 2.º lugar poderá dar acesso à Liga dos Campeões, o que seria um upgrade interessante para a equipa. Do ponto de vista internacional, começámos bem a EHF, o objetivo é passar a fase de grupos, fazer melhor do que no ano passado. Na Supertaça fizemos melhor do que no ano passado. Por muito que custe, nas meias-finais no ano passado eliminámos o Marítimo, e neste ano eliminámos o FC Porto. É passo a passo que vamos tentar construir o plantel e o processo. Para mim, Jota [González] é o treinador ideal neste momento, neste processo de transição que o Benfica está a viver. E temos de formar mais e contratar de uma forma cirúrgica. Por exemplo, a contratação do Christopher reflete em si a afirmação da construção da equipa. Temos de fazer esse percurso para poder atingir níveis de desempenho diferentes."

ANDEBOL FEMININO

"O andebol feminino é um dos exemplos em que temos o resultado à frente do processo. João [Alexandre] Florêncio fez um trabalho extraordinário, achámos que era um fim de ciclo, que era necessário um treinador de perfil absolutamente diferente, foi o que fizemos. Agradecemos ao João Florêncio pelo que fez, agora temos um grande treinador que pode continuar a trazer resultados para o Benfica. Nos últimos três anos ganhámos oito títulos no andebol. Queria destacar a importância da Viktoriya Borshchenko, que está a passar por um momento de saúde dificílimo, ela que foi a melhor jogadora de sempre que o andebol feminino viu a jogar à Benfica. Queria salientar o seu papel, e o que quisemos agora foi integrá-la na equipa técnica, e ela está a dar uma ajuda preciosa ao treinador principal para que a equipa continue a ganhar, como todos esperamos."

META PARA 2024/25

"No ano passado ganhámos 23 títulos, o objetivo é ganhar mais do que 23 títulos."


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