"Dar continuidade ao trabalho e à dinâmica de vitória"

 

Foco total do grupo de trabalho na procura da vitória foi a garantia deixada por Bruno Lage na antevisão do Estrela Vermelha-Benfica, jogo da 1.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões, agendado para as 17h45 de quinta-feira, 19 de setembro, no Estádio Rajko Mitic, em Belgrado.

O técnico das águias, entre a conferência de Imprensa e as entrevistas rápidas à BTV e à Sport TV, enalteceu a necessidade de a equipa dar "continuidade ao trabalho e à dinâmica de vitória" no embate frente ao emblema sérvio, destacando que o mesmo oferece uma "oportunidade de a equipa provar aquilo que é".

Bruno Lage sublinhou ainda que a estratégia dos encarnados é "ambiciosa", e, quanto à presença de Aursnes na convocatória, mostrou-se feliz por já poder contar com o internacional norueguês, recuperado de uma mazela.

A fechar a conferência de Imprensa, Bruno Lage relembrou os momentos dramáticos vividos em Portugal devido aos inúmeros fogos que afetaram, sobretudo, o Centro e o Norte do país, prestando um tributo aos soldados da paz. "Aproveito também para dar uma palavra de apreço a todos os bombeiros do nosso país, pois tem sido uma situação, essa, sim... É algo que vivemos de fora, e é com grande apreço que se vê homens... muitos deles até a colocarem a vida em risco para nos protegerem", afirmou.

Este é um jogo de características únicas. Dois antigos campeões europeus, e um confronto que promete ser muito disputado, num ambiente fervoroso, tão conhecido por ser vivido desta forma fora de campo. Uma boa exibição poderá ter um peso importante no crescimento da equipa? Sobre o ambiente, acho que, para nós, enquanto equipa, é saber se os nossos se fazem ouvir. Isso para nós é que vai ser importante. Viajámos com os adeptos, e é esse apoio que nós esperamos. Que amanhã [quinta-feira, 19 de setembro], neste ambiente, os nossos se façam ouvir e nos apoiem. Aquilo que vai fazer crescer a equipa são os jogos, o número de treinos e o trabalho, porque as coisas não acontecem sem tempo, e esse tempo tem de lhes dar treinos, consolidação de comportamentos, e, claro, a dinâmica de vitória é muito importante. É com esse espírito que a equipa vai encarar o jogo de amanhã [quinta-feira, 19 de setembro]. Não apenas a olhar para a vitória do último jogo e para a boa exibição que fez, mas dar continuidade a esse trabalho, principalmente nessa dinâmica de vitória. O mais importante é estarmos confortáveis, para fazer um bom jogo e vencer. Que a equipa tenha uma estratégia ambiciosa e com o desejo de vencer. O que os nossos adeptos querem é ver uma equipa e orgulharem-se dela.

"A ambição que tenho é que a equipa tenha dinâmica de vitória. [...] O que os nossos adeptos querem é ver uma equipa e orgulharem-se dela"Bruno Lage

Considera este jogo determinante para o que pode ser o futuro próximo da equipa do Benfica, do próprio Bruno Lage, da Direção do Benfica e de Rui Costa, por todo o ambiente que, no fundo, levou até à substituição do treinador? Este jogo tem esse peso dramático?

Não tenho tempo para perder com essas questões. O meu tempo é tão curto, é sair de um jogo, preparar o jogo seguinte, e preparar a equipa para vencer. Aquilo que quero, e a ambição que tenho, é que a equipa tenha dinâmica de vitória, que continue, que vá atrás, e procurar a cultura de vitória que dê sequência ao trabalho que acabámos de começar há uma semana. Isso é que é a minha preocupação. Não tenho tempo para perder com isso, a equipa não tempo para perder com isso. A equipa tem de se focar é naquilo que tem de fazer amanhã [quinta-feira] no campo.

Tomando como referência o jogo com o Santa Clara, que alterações é que vai introduzir na equipa? Vai reforçar a zona central no meio-campo, ou pretende fazer como fez frente aos açorianos?

Há alguma diferença à partida, pelo menos naquilo que preparámos, olhámos e verificámos do nosso adversário nos últimos jogos. O Santa Clara com uma linha de três, e esta equipa [Estrela Vermelha] com uma linha tradicional de quatro. A partir daí, a dinâmica defensiva da equipa é diferente. Depois, é perceber – e nós tivemos esse tempo de perceber – como o adversário pressiona, como pressiona em casa, que tipo de espaços nos oferece, e ter a inteligência, com bola, de procurar esses espaços para criarmos as oportunidades de golo. É sempre assim a nossa forma de olhar para os jogos. Olhar para o adversário e, em função daquilo que são os nossos comportamentos e as nossas dinâmicas, também em função das características dos nossos jogadores, escolher a melhor estratégia para o jogo, quer a defender, quer a atacar. Acho que fizemos um bom trabalho nos últimos três dias em dar todas as informações para os atletas estarem preparados e podermos fazer um bom jogo.

"Acho que fizemos um bom trabalho nos últimos três dias em dar todas as informações para os atletas estarem preparados e podermos fazer um bom jogo"Vimos que a grande novidade nesta convocatória foi a presença de Aursnes. Tinha dito, na última conferência de Imprensa [de antevisão do encontro com o Santa Clara], que ainda não tinha conversado com o jogador. Pode, agora, dizer-nos qual é o plano para este atleta? Vê-o mais como um médio, um extremo? Há probabilidades de jogar amanhã [quinta-feira]?

Não, neste momento ainda não vou revelar nada sobre as nossas conversas, porque acho que ele é que tem de mostrar dentro de campo, assim como a equipa. A equipa é que tem de mostrar dentro de campo qual o caminho que quer fazer no futuro. Isto são excelentes oportunidades, para nós, a todo o momento, provarmos aquilo que somos, e prova-se é dentro do campo, e não com promessas, por isso, fica já a minha exigência quer para mim, assim como o desafio que lanço aos jogadores. [Aursnes] Não tem muito tempo de treino, ainda hoje participou com pouco tempo de treino, mas deixa-nos realmente satisfeitos que ele seja uma solução para amanhã [quinta-feira].

Já disse que está apenas focado no jogo, mas, pegando numas palavras que disse há dias numa conferência de Imprensa [antes do encontro frente ao Santa Clara], tem sido fácil blindar os jogadores às politiquices que estão à volta desta partida?Acho que tem sido fácil! Estamos focados naquilo que é... direcionar a nossa atenção para o que é o trabalho. E os atletas têm essa experiência. De perceberem o que têm de fazer, aquilo que é o foco no trabalho. É o que nos acontece quando, nos jogos, as coisas estão a correr menos bem, temos de orientar a nossa atenção para o que são as nossas diretrizes enquanto equipa. Aqui, é a mesma situação. Temos de estar muito focados naquilo que se passa no dia a dia. No treino, nas análises que fazemos do treino, nas informações que passamos aos jogadores, o tempo de qualidade que passamos com eles [jogadores]. E, quando digo tempo de qualidade, é essencialmente criar dinâmicas, criar comportamentos, e o nosso foco tem sido essencialmente esse. Saímos do jogo do Santa Clara, referimos os comportamentos que foram muito bons, e um deles foi ver a equipa com uma ambição enorme de tentar fazer as coisas e de vencer. É isso que queremos prolongar no tempo. Olhar para a equipa e ver que, dentro do campo, representa o que o nosso clube é. A ambição da equipa que ganhou o último jogo tem de estar presente neste desafio. É isso que quero ver.

"Saímos do jogo do Santa Clara, referimos os comportamentos que foram muito bons, e um deles foi ver a equipa com uma ambição enorme de tentar fazer as coisas e de vencer"Tendo em conta a sua primeira passagem pelo Benfica, quando a equipa estava na Champions, em algumas situações acabou por rodar a equipa, fazia alguma rotação em termos de plantel. Para esta nova edição da Champions, e num novo formato, como é que planeia a prestação do Benfica na Liga dos Campeões, sendo que o apuramento se realiza de uma forma diferente?

Nunca houve, da nossa parte, uma rotação de plantel. Eventualmente, recordo-me, no primeiro jogo, houve duas ou três alterações que tivemos de fazer em função desse momento. Normalmente, essas circunstâncias acontecem quando existem dois dias entre jogos. Aqui, a equipa teve tempo para recuperar, quatro dias entre os jogos. O onze de amanhã [quinta-feira] vai ser em função disso. Aqueles jogadores que estão melhor neste momento, em função das características deles, em função da nossa estratégia, deixá-los confortáveis em campo, para aquilo que é o mais importante, que é o rendimento e aquilo que podem oferecer à equipa. Os jogadores têm aceitado a nossa forma de trabalhar, temos prolongado algumas coisas mais no tempo. Estou muito confiante em que a equipa, jogo a jogo, consiga crescer.