Jorge Jesus: "Demos tudo o que tínhamos"
Jorge Jesus analisou o jogo e o resultado do Benfica diante do SC Braga (derrota por 2-1) na meia-final da Taça da Liga, no Estádio Municipal de Leiria, referindo que as águias foram melhores na primeira parte e que tudo fizeram para dedicar o triunfo aos ausentes que testaram positivo à COVID-19.
O treinador explicou que os encarnados foram melhores em termos estatísticos; elogiou os futebolistas menos utilizados que foram a jogo, nomeadamente Cervi; explicou o posicionamento de Weigl e assumiu estar preocupado com os números da pandemia em Portugal.
Benfica melhor na primeira parte
"O Benfica esteve muito melhor na primeira parte do que o SC Braga. Até aos 60 minutos, fomos muito mais perigosos. Estivemos sempre mais perto do 1-0 e do 2-1 do que o SC Braga… Sofremos dois golos em duas segundas bolas onde faltou o posicionamento e alguma rotina dos nossos dois laterais. Toda aquela última linha é nova [João Ferreira, Todibo, Jardel e Cervi], mas portaram-se todos bem, fizeram o que tinham de fazer. Foi uma semana muito complicada, com 26 casos [de COVID-19]. Tudo isto é complicado. Enquanto o SC Braga jogou com praticamente a equipa toda que tem jogado. A única coisa da qual nos podemos lamentar é do jogo, de uma ou outra coisa que podíamos ter feito melhor defensivamente para sairmos daqui com a vitória."
"Sofremos dois golos através de segundas bolas. Os lances são parecidos: pontapé de canto, na segunda bola perdemos posicionamentos – o que é normal numa última linha que nunca jogou junta. Foi o único senão da equipa defensivamente. De resto, esteve perfeita. Ofensivamente, durante os primeiros minutos, estivemos mais perto do 1-0 do que de sofrer. Os jogadores que entraram fizeram o que puderam, tiveram dificuldades nos últimos 15 minutos, com o João Ferreira, o Cervi e o Jardel com alguns problemas. Precisávamos de ter corredores mais frescos para chegar à área do SC Braga. Ainda mexi nos alas para criarmos situações de cruzamento."
Mais remates e mais cantos… faltou a eficácia
"Quando entrei no estádio, vi o campo como faço sempre, vi a relva, é um estádio que conheço bem… O que me vai na alma depois de acabar o jogo? Que perdi um jogo que acho que o Benfica podia ter ganhado... O Benfica criou sempre mais oportunidades durante 60 minutos, fez 16 remates, seis deles enquadrados, mais cantos, só não tivemos mais golos, que é o que conta. Foi um jogo bem disputado, com uma linha de quatro completamente nova, os jogadores lançados fizeram o que puderam. Sem estar com tanto ritmo de jogo bateram-se bem, não foi por isso que não ganhámos. Fomos obrigados a mexer muito na equipa, o SC Braga aproveitou bem as oportunidades... Os golos do SC Braga nem foram bem oportunidades, foram dois cruzamentos. O Benfica teve algumas situações de golo que não concretizou. O SC Braga, depois de estar a ganhar 2-1, soube controlar o resultado nos últimos 15 minutos."
Excelente jogo de Cervi
"Entrámos com os jogadores que tínhamos, lançámos o João [Ferreira], o Cervi como lateral-esquerdo, tínhamos o Grimaldo e o Nuno [Tavares] de fora, fizemos o que tínhamos de fazer… O Cervi fez um excelente jogo, sendo a primeira vez praticamente que jogou ali [a lateral-esquerdo]. Já o testámos ali nas últimas semanas, podia acontecer alguma coisa... Com a COVID-19 nunca se sabe o que pode acontecer no próximo jogo."
Weigl como terceiro central?
"O Julian [Weigl] é um jogador que sabe fazer bem aquelas duas posições [defesa-central e médio-defensivo]. Sabia que ele poderia ser um jogador influente quando a equipa tivesse bola, para sair da estrutura, e sem bola para jogar no meio dos nossos centrais. Deu na perfeição na maior parte do jogo. Soubemos controlar o posicionamento do SC Braga, seja em ataque posicional ou no contragolpe. O SC Braga não nos criou problemas."
Difícil ver os que ficam de fora...
"Queríamos ganhar, não só pelos que estão aqui, não só pelos nossos adeptos, mas também por todos os que estão em casa. A maior parte do grupo está em casa e queríamos oferecer-lhes a vitória. Fizemos o que pudemos, demos tudo o que tínhamos. Para mim, tem sido difícil ver os que ficam de fora. Eu, num dia, fiz três testes, felizmente negativos, mas também é verdade que isto vai tocar a todos."
Pandemia em Portugal: fase muito difícil
"Não queria falar muito sobre isso para não dar a ideia de que estou a desculpar-me. Estamos a passar uma fase muito difícil. Não é nós, Benfica, é nós, povo português. Estarem a morrer 200 pessoas por dia… isto dói o coração a qualquer português. Numa semana tivemos 26 casos, jogadores, staff… Tive de treinar com uns a uma hora, outra noutra hora, não nos podemos encontrar uns com os outros. Não houve ambiente. Isto é como se houvesse um problema na família e esta tivesse de estar separada. A nossa família é o Benfica. Nesta semana foi um surto muito complicado e tivemos de nos adaptar. No jogo, também tivemos de nos adaptar e ir com jogadores que não têm jogado tanto. O Benfica, com a equipa que jogou, podia ter vencido."
"Claro que o futuro me assusta. São já 18 jogadores que estiveram infetados com COVID-19 e não sei o que vai acontecer daqui para a frente… Sou o único da equipa técnica que não está infetado. Tem sido complicado. Uns treinam a uma hora, outros treinam a outra… Eu até acho que é mais fácil o jogo do que gerir um grupo durante a semana que não se pode encontrar."
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