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EDIÇÃO DE SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2024

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Sexta-feira, dia 3 de julho Eusébio no Panteão!

Eusébio da Silva Ferreira partiu a 5 de Janeiro de 2014, deixando um eterno vazio. Há cerca de um ano e meio o Mundo chorou a sua morte… esta sexta-feira os restos mortais do “Pantera Negra” encontraram o eterno descanso no Panteão Nacional, uma decisão tomada por unanimidade e aclamação pela Assembleia da República a 20 de Fevereiro deste ano.

A cerimónia teve início às 15h20, com um cortejo no Cemitério do Lumiar. Seguiu-se uma missa no Seminário da Luz, um momento privado, onde estiveram a família, amigos e vários convidados, com os Órgãos Sociais do SL Benfica a marcarem presença massiva, liderados pelo presidente do Clube, Luís Filipe Vieira que, refira-se, acompanhou de perto todos os momentos da trasladação.

A urna iniciou então o seu percurso. Primeira paragem no Estádio da Luz, onde se viveram momentos de emoção com a presença vibrante de milhares de Benfiquistas aplaudindo e despendido-se do "King" ao som das "Papoilas Saltitantes" de Luís Piçarra.

Depois, o cortejo entrou na Segunda Circular, passou pelo Campo Grande, Avenida da República, Saldanha e Marquês do Pombal., onde deu volta ao Parque Eduardo VII e parou junto à bandeira nacional. A urna foi então transferida para uma charrete com o "King" a ser escoltado a partir daqui por uma Guarda Real, constutuida por 54 cavaleiros.

O percurso passou seguidamente pela Federação Portuguesa de Futebol, onde numa lona gigante se lia "Os génios vivem para sempre". Seguiu-se nova breve paragem, agora pelo Parlamento, de onde seguiu pela zona ribeirinha até começar a subir para o campo de Santa Clara. Cumprido todo o protocolo, a chegada dos restos mortais de Eusébio da Silva Ferreira ao Panteão Nacional aconteceu às 19h00, onde se encontravam personalidades de todos os quadrantes da vida portuguesa.

O Hino Nacional foi interpretado de forma única pela cantora Dulce Pontes, abrindo a cerimónia oficial. António Simões, Glória do SL Benfica, o ”irmão branco de Eusébio”, tomou da palavra para o elogio fúnebre, um momento emocionante e carregado de simbolismo.

“Hoje disputo o desafio mais emocionante da minha vida junto a Eusébio. Um desafio que diz Vitória, Troféu e Glória. Recordo um Ser Humano admirável, um amigo único. O maior e o melhor desportista português de todos os tempos”, recordando ainda um “legado único”, de um homem que “era ele, sendo todos nós!”, disse.

“Enquanto a bola chora, recordamos o seu sorriso generoso, o sorriso da nossa querida portugalidade”, rematou António Simões.
  
O cantor, Rui Veloso, surgiu vestido de branco, segundo o próprio, “porque celebrava a vida de Eusébio”, interpretando duas canções: “Nunca me esqueci de ti” e “Irmã África”.

Seguiu-se a intervenção de Maria Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República.

“Esta é a homenagem de todos à força do talento de Eusébio. O menino herói, de uma trajetória de humanidade completa. Vencedor que se fez mito”, afirmou, acrescentando que “Eusébio mostrou como podemos ser heróis, entrega e alma, de corpo inteiro. Trouxe-nos o Mundo sem passaporte e sem controlo. Homem e cidadão intemporal, fazedor de afetos de alegria. É preciso amar para ganhar”, concluiu.

A fechar a cerimónia oficial, o discurso de Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República Portuguesa, também ele a recordar "um grande português, um símbolo nacional, um homem solidário". "Eusébio é verdadeiramente uma figura nacional. É um traço de união entre os portugueses". O seu exemplo irá perdurar na nossa memória” afirmou.

Seguiu-se a projeção de um vídeo evocativo do "Pantera Negra" e a assinatura do Termo de Sepultura no Panteão Nacional. Depois das assinaturas foi tocado o Hino Nacional pela Banda da Guarda Nacional Republicana (GNR).

No final, a urna foi transportada pela GNR para o interior do Panteão Nacional de Santa Engrácia até à sala onde se encontra a Arca Tumular, onde ficará depositada. Aplausos, lágrimas, num momento de verdadeira emoção.

Foram muitas e de todos os quadrantes, as declarações ouvidas durante o decorrer do dia, mas a filha mais nova do "King" resumiu todas elas. "Esta foi uma cerimónia bonita e digna. É uma honra, num momento em que sentimos um misto de orgulho e tristeza". Palavras reiteradas momentos depois pela mulher do "King", Flora.

Eusébio da Silva Ferreira descansará então eternamente no local, tornando-se a 12.ª figura emblemática a merecer Honras de Panteão Nacional e o primeiro desportista a atingi-lo, sintomático da sua importância na globalização e divulgação de Portugal no Mundo.

Um dia repleto de muitas emoções… porque Eusébio é de Todos! Para sempre recordado!

Personalidades no Panteão Nacional
Almeida Garrett (1799-1854), escritor e político;
João de Deus (1830-1896), escritor
Manuel de Arriaga (1840-1917), Presidente da República
Sidónio Pais (1872-1918), Presidente da República
Guerra Junqueiro (1850-1923), escritor;
Teófilo Braga (1843-1924), Presidente da República
Óscar Carmona (1869-1951), Presidente da República
Aquilino Ribeiro (1885-1963), escritor
Humberto Delgado (1906-1965), opositor ao Estado Novo
Amália Rodrigues (1920-1999), fadista
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004), escritora
Eusébio da Silva Ferreira (1942-2014), futebolista

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