Em entrevista ao Diário Económico Domingos S. Oliveira: “Primeiro clube acima dos 200 milhões"

Após a divulgação à CMVM do relatório e contas de 2013/14, com resultado positivo de 14,2 milhões de euros, o administrador da Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, Domingos Soares de Oliveira, concedeu uma entrevista ao Diário Económico onde falou das contas anuais.

O administrador-executivo da SAD sublinhou o crescimento das receitas apesar do aumento de custos, mostrando-se tranquilo quanto à situação económico-financeira do Benfica. “O destaque nas contas do ano passado é que o Benfica é o primeiro clube português a passar a barreira dos 200 milhões de euros em termos de proveitos consolidados. Para nós representa um crescimento muito significativo. Daqui em diante é de esperar que os proveitos continuem a ter uma relevância muito significativa mesmo em termos europeus e que o Benfica continue a cumprir os critérios de fair-play financeiro”, considerou.

Questionado sobre as estruturas das receitas, gastos, situação na dívida financeira, empréstimos obrigacionistas – dados não divulgados no relatório de contas enviado à CMVM -, Domingos Soares de Oliveira explicou: “Os resultados foram apresentados de modo mais resumido, no caso do universo da SAD, porque o Benfica tem a sua assembleia geral de aprovação de contas no próximo dia 26 [Setembro]. (…) No final do mês de Outubro, altura da aprovação de contas da SAD, será feito o relatório detalhado. O destaque vai para o crescimento de receitas acima dos 50 milhões, passando de 156 milhões de proveitos consolidados para um valor próximo dos 204 milhões. Aqui o papel das receitas televisivas foi muito importante com um salto de 255% face aos proveitos tradicionais.”

Quanto aos custos, o administrador-executivo referiu que se mantiveram sem grandes variações. “Com excepção de salários do plantel, pois existe grande variação na massa salarial associada aos ganhos desportivos: vencer todas as competições menos a Liga Europa leva a que, da equipa técnica aos jogadores, haja aumento dos gastos com pessoal no exercício. Mas há uma correlação interessante que, por hábito, se pensa ser o inverso: prova-se que é possível conjugar bons resultados desportivos e económicos”, esclareceu.

Acerca das receitas brutas que a BTV atingiu – de 28,1 milhões de euros – Domingos Soares de Oliveira elucidou, garantindo que não houve grandes diferenças de custos de há um ano para cá, onde rondavam os nove milhões de euros: “Não houve grandes variações. A estrutura de custos tem a ver com pessoal e compra de conteúdos, pois a produção de jogos, mesmo com imagens de helicóptero, não custa mais de 20 mil euros. A estrutura de pessoal não se modificou, mesmo o lançamento do segundo canal fez-se sem mais pessoal e não houve compra de conteúdos adicionais. Perdemos o Brasileirão, mas talvez venhamos a ter outros conteúdos internacionais interessantes. Logo no primeiro ano, a BTV teve resultados que esperávamos, batendo a proposta da PPTV/Olivedesportos. Não queremos fazer concorrência, mas ir buscar conteúdos que nos permitam pagar com receita adicional que só pode vir por mais assinaturas ou aumento do valor, algo que não está previsto.”

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